O mês de maio reserva aos observadores do céu uma série de fenômenos astronômicos que podem ser vistos a olho nu ou com o auxílio de binóculos simples, segundo destaca o astrônomo amador Renato Pozzonieri, do Observatório Astrocam, em Mirandeara, interior de São Paulo.
Entre os dias 1º e 3 de maio, o céu oferece uma oportunidade rara de ver a luz cinérea da Lua. Também conhecida como “brilho da Terra”, ela ocorre quando a face não iluminada da Lua recebe reflexos da luz solar refletida pela Terra, permitindo ver toda a circunferência lunar em tons suaves.
O “X lunar” e o “V lunar”: formações montanhosas visíveis
Outro destaque entre os dias 2 e 3 de maio é a formação conhecida como “X lunar”, visível com binóculos ou pequenos telescópios. O fenômeno é resultado do jogo de luz e sombra sobre as cristas de montanhas lunares, criando a ilusão de uma letra “X” iluminada sobre a superfície.
Além do X, há também o chamado “V lunar”, mais difícil de ser identificado, mas que pode ser visualizado com algum esforço e imaginação, principalmente por observadores mais experientes.
Eta Aquarídeas: o pico da chuva de meteoros acontece no dia 5
Entre os fenômenos mais aguardados do mês, está a chuva de meteoros Eta Aquarídeas, causada por detritos do cometa Halley. Embora tenha começado no final de abril, seu pico de atividade será no dia 5 de maio, quando poderá atingir entre 30 e 50 meteoros por hora.
Segundo Pozzonieri, o ideal é observar em locais sem poluição luminosa, como zonas rurais. No Norte do Brasil, a melhor visualização ocorre por volta das 2h30 da madrugada. Já para o Sudeste e Sul, o horário ideal começa às 3h30 da manhã.
Lua cheia e apogeu: a beleza de um fenômeno que ilude os olhos
O mês ainda reserva um momento especial com a Lua cheia coincidindo com o apogeu lunar, quando o satélite natural da Terra está mais distante — cerca de 406 mil quilômetros de distância.
Apesar de parecer menor no céu nesse ponto, o efeito de refração atmosférica, especialmente quando a Lua está próxima ao horizonte, causa a impressão de que está maior. “A imagem da Lua fica retorcida, gigantesca, lindíssima. Mas minutos depois, já no alto, volta ao tamanho normal. A ilusão é um espetáculo à parte”, explica o astrônomo amador.
Céu limpo favorece a observação no outono
Com a aproximação do inverno e a redução de chuvas e nuvens no céu, o mês de maio é considerado ideal para observações astronômicas. “É o momento em que o céu fica mais limpo e o frio começa a colaborar para noites mais estáveis e menos nebulosas”, afirma Pozzonieri.
“Olhem para os céus”, conclui Renato Pozzonieri.
O astrônomo amador lembra que, mesmo com equipamentos simples e longe das luzes da cidade, é possível viver grandes momentos de contemplação e aprendizado com os olhos voltados para o universo.
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