Estado reduziu em 35,76% o número de vítimas de homicídio doloso; país teve queda média de 6,33% nos assassinatos em relação a 2023
O Tocantins registrou a maior redução proporcional de homicídios dolosos no Brasil em 2024, segundo o “Mapa da Segurança Pública 2025”, divulgado nesta quarta-feira (12) pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Sinesp), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O estado teve uma queda de 35,76% no número de vítimas em comparação com o ano anterior.
De acordo com o relatório, o Brasil contabilizou 35.365 homicídios dolosos em 2024, contra 37.754 em 2023, o que representa uma queda de 6,33% no total de assassinatos. Em média, foram 97 pessoas mortas por dia no país — 91,95% das vítimas eram do sexo masculino.
Além do Tocantins, os estados que mais reduziram os homicídios foram Amapá (-28,71%), Roraima (-24,82%), Rio Grande do Norte (-22,15%) e Sergipe (-18,39%). As cinco unidades da federação concentram os maiores avanços no combate à violência letal em 2024.
Em sentido oposto, o Maranhão teve o maior aumento percentual de homicídios dolosos, com alta de 11,47%. Outros estados que apresentaram crescimento foram Ceará (9,85%), Minas Gerais (7,38%) e Paraíba (2,14%).
Norte lidera redução entre regiões
Na análise por grandes regiões, o Norte foi o destaque, com recuo de 16,44% nas mortes violentas intencionais, seguido por Sul (-12,43%), Centro-Oeste (-7,61%), Sudeste (-4,17%) e Nordeste (-2,81%).
O levantamento também aponta os municípios com maior número absoluto de vítimas de homicídios dolosos em 2024. Rio de Janeiro (RJ) lidera com 1.053 mortes, seguido por Salvador (BA) com 864, Fortaleza (CE) com 801, Manaus (AM) com 666 e Recife (PE) com 583.
Especialistas destacam políticas locais
Especialistas em segurança pública apontam que a expressiva queda no Tocantins está associada ao fortalecimento da inteligência policial, ampliação de rondas ostensivas e investimentos em tecnologia. “Houve um esforço coordenado entre as forças estaduais e federais, especialmente no monitoramento de facções e no combate ao tráfico de armas e drogas”, avalia o sociólogo e pesquisador César Lopes, da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
O secretário de Segurança Pública do estado, em nota, atribuiu o resultado à integração entre Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público. “É um dado positivo que reforça a importância de manter políticas públicas contínuas e baseadas em evidências”, afirmou.
Desafios persistem
Apesar da melhora no cenário nacional, o número de homicídios no Brasil ainda é considerado elevado por organismos internacionais. A ONU recomenda taxas abaixo de 10 mortes por 100 mil habitantes como referência de controle — índice que ainda não é alcançado pela maioria dos estados brasileiros.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública reforçou que os dados apresentados no Mapa da Segurança Pública 2025 foram consolidados a partir das informações fornecidas por todas as unidades da federação, com período de análise entre janeiro e dezembro de 2024.
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