Gabriel “Tomate” brilha nas motos, família Varela domina nos UTVs e Marcos Baumgart confirma hegemonia entre os carros em uma das edições mais técnicas e duras da história da prova
Com 1.233,49 quilômetros percorridos em cinco dias de prova e 810,55 quilômetros de trechos cronometrados, o 11º Rally Jalapão chegou ao fim nesta quinta-feira (19), consolidando-se como uma das edições mais técnicas, duras e emblemáticas da competição. A travessia pelo sertão do Tocantins mais uma vez expôs os limites físicos e emocionais de pilotos e navegadores de todo o país — e reforçou o protagonismo do Jalapão no calendário do rali nacional.
Entre motos, UTVs e carros, foram 116 competidores e 66 veículos de 15 estados e três países (Brasil, França e Argentina) enfrentando trilhas sinuosas, serras, pontes estreitas, areia fofa, pedras soltas e clima extremo. Palmas foi ponto de partida e chegada, com Mateiros e São Félix do Tocantins no roteiro. A cerimônia de premiação ocorre nesta quinta, às 17h, no Capim Dourado Shopping.
Gabriel “Tomate” domina entre as motos
O mineiro Gabriel Soares, conhecido como Tomate, foi o nome da vez entre as motos. Em uma performance segura e madura, venceu três das quatro etapas e garantiu o título na categoria Moto 1 com o tempo acumulado de 8h33min25s80, pilotando a Yamaha WR 450F #4. Em segundo na geral, Tomate agora lidera o campeonato nacional.
“O Jalapão sempre me deu trabalho. É um terreno completamente diferente do que estou acostumado. Mas desta vez encaixou. Saio muito confiante para o restante da temporada”, disse o piloto, ainda com o macacão coberto de poeira.
A disputa pelo segundo lugar foi intensa: Gabriel Bruning (Yamaha IMS Rally Team) superou o francês Romain Dumontier (Honda Racing) por uma diferença de apenas 1min25s22, resultado comemorado como vitória pela equipe brasileira.
Família Varela brilha nos UTVs
Nos UTVs, mais uma vez o sobrenome Varela dominou o pódio. A dupla Rodrigo Varela e Matheus Mazzei venceu com autoridade, marcando o tempo total de 8h20min34s62 a bordo do Can-Am Maverick R #102 da Varela Rally Team. Bruno Varela e Ari Fiuza vieram logo atrás, também representando a equipe, em uma dobradinha que reafirma o domínio da família na categoria.
“Três especiais lideradas em três dias. Isso fala muito sobre o trabalho da equipe. Jalapão exige o máximo de todos. Saímos orgulhosos”, avaliou Rodrigo.
A terceira colocação ficou com Denisio Casarini e Breno Rezende, da MRP Racing, com o tempo de 8h26min34s48, confirmando o equilíbrio da disputa.
Marcos Baumgart vence pela oitava vez e se consagra como o “Rei do Jalapão”
Nos carros, nenhuma surpresa: a consagrada dupla Marcos Baumgart e Beco Andreotti, da X Rally Team, dominou de ponta a ponta, com vitórias em todas as etapas e tempo final de 8h27min54s47. Com isso, Baumgart soma oito títulos na prova e Beco chega ao terceiro, confirmando o apelido de “Rei do Jalapão”.
“Foi talvez uma das edições mais técnicas e desafiadoras. Navegar em primeiro, sem rastro, exige tudo do navegador. Foi especial”, relatou Andreotti, ao lado da Toyota Hilux GR DKR #302.
O segundo lugar ficou com a dupla Pedro Queirolo e Lauro Sobreira, da RMattheis Offroad, a 39min44s68 dos campeões. Em terceiro, Mario Marcondes e Artemio Pauluci, da Braço Curto Motorsports, fecharam a prova com um atraso superior a uma hora.
Prova cresce em dimensão, estrutura e apelo esportivo
Com um número recorde de participantes, o Rally Jalapão 2025 envolveu cerca de 600 pessoas diretamente, incluindo equipes, organização, apoio logístico e imprensa. A diversidade de categorias — Carros, Motos, UTVs e Quadriciclos — reforçou o apelo esportivo da competição, que hoje se consolida como uma das provas mais completas do calendário nacional.
Ao longo dos quatro dias cronometrados, cada etapa apresentou desafios específicos:
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No prólogo, muita serra e piçarra abriram os trabalhos.
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A primeira etapa exigiu força física, com areia pesada e trilhas estreitas.
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A segunda foi a mais veloz, mas traiçoeira.
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A terceira, um laço de montanhas e vales.
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A quarta e última etapa, a mais exigente em termos de técnica e navegação.
Evento movimenta o turismo e a economia local
Mais do que esporte, o Rally Jalapão gera impacto na economia tocantinense. A movimentação de equipes, mecânicos, imprensa e espectadores impulsionou o turismo em Palmas, Mateiros e São Félix. A rede hoteleira operou próxima da lotação máxima e o comércio local foi diretamente beneficiado.
Segundo a organização, o evento mobilizou recursos logísticos complexos, com suporte de helicópteros, ambulâncias de resgate, sistemas de cronometragem por satélite e equipe médica de prontidão em todas as etapas.
O evento é promovido pela Arena Promoções e Eventos, com supervisão da CBM e CBA, e apoio institucional do Governo do Tocantins, Prefeitura de Palmas, Mateiros e São Félix, além de patrocinadores como Motiva Aeroportos, FF Motorsport, C6 Bank e Capim Dourado Shopping.
O Rally em números
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1.233,49 km de percurso total
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810,55 km de trechos cronometrados
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5 dias de competição
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66 veículos inscritos
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43 cidades representadas
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15 estados + França e Argentina
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116 competidores
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Cerca de 600 pessoas envolvidas diretamente
Resultados gerais – Acumulado das 4 etapas
Motos (Geral)
🥇 Gabriel Soares – Yamaha – 08h33min25s80
🥈 Gabriel Bruning – Yamaha – 08h36min42s41
🥉 Romain Dumontier – Honda – 08h38min07s63
UTVs (Geral)
🥇 Rodrigo Varela/Matheus Mazzei – Can-Am – 08h20min34s62
🥈 Bruno Varela/Ari Fiuza – Can-Am – 08h22min56s59
🥉 Denisio Casarini/Breno Rezende – Can-Am – 08h26min34s48
Carros (Geral)
🥇 Marcos Baumgart/Beco Andreotti – Toyota – 08h27min54s47
🥈 Pedro Queirolo/Lauro Sobreira – Buggy – 09h07min39s15
🥉 Mario Marcondes/Artemio Pauluci – Ford Ranger – 10h17min01s73
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