Sua notícia diária em primeia mão!
sábado 14, junho, 2025
Sua notícia diária em Primeira mão!
sábado 14, junho, 2025
Desde Março de 2018

-

spot_img

Gasto com benefício para idosos e pessoas com deficiência cresce e já passa de R$ 10 bilhões por mês

Benefício de Prestação Continuada atende mais de 6 milhões de brasileiros e pressiona orçamento federal; especialistas discutem ajustes sem afetar os mais vulneráveis

O gasto do governo federal com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) chegou a R$ 41,8 bilhões entre janeiro e abril de 2025, segundo dados oficiais do Tesouro Nacional. A média mensal já ultrapassa os R$ 10 bilhões, o que representa uma alta de 11,6% em relação ao mesmo período do ano passado — bem acima da inflação registrada no mesmo intervalo.

O benefício é pago a idosos com mais de 65 anos e a pessoas com deficiência que comprovem baixa renda. O número de beneficiários passou de 4,8 milhões em 2022 para 6,3 milhões em 2025. O crescimento se explica por fatores como o envelhecimento da população, a política de valorização do salário mínimo e a concessão judicial de novos benefícios.

No acumulado de 12 meses até abril deste ano, o gasto com o BPC já soma cerca de R$ 120 bilhões. A previsão orçamentária inicial para todo o ano de 2025 era de R$ 113,6 bilhões. Diante do ritmo atual, economistas alertam que o valor real pode ultrapassar R$ 127 bilhões até dezembro.

Programa cresce, mas preocupa equipe econômica

Criado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o BPC garante um salário mínimo por mês a quem não tem condições de prover o próprio sustento. Não exige contribuição prévia à Previdência Social, o que o diferencia de aposentadorias e pensões do INSS.

O aumento no número de concessões — tanto por via administrativa quanto judicial — preocupa a área econômica do governo. Técnicos do Ministério da Fazenda e da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, chamam atenção para o impacto crescente do programa sobre o orçamento, especialmente em um cenário de limitação de despesas e aumento da dívida pública.

A secretária-adjunta do Tesouro, Viviane Varga, afirmou recentemente que o governo monitora os gastos com o BPC de forma contínua. Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou possíveis irregularidades em cerca de 6% dos pagamentos, o que pode representar até R$ 5 bilhões por ano.

Especialistas pedem equilíbrio entre controle e proteção

Para economistas como Rogério Nagamine, da FGV, o programa precisa de ajustes na gestão, mas sem comprometer sua função social. Ele propõe o reforço no cruzamento de dados e maior rigor na análise de renda familiar para evitar fraudes ou concessões indevidas.

Do outro lado, defensores da seguridade social e parlamentares ligados à área de assistência alertam para os riscos de cortes abruptos. Eles afirmam que, apesar do aumento de custo, o BPC é uma política essencial para reduzir desigualdades e garantir dignidade a milhões de brasileiros.

“Cortar o BPC sem cuidado significa jogar pessoas idosas e com deficiência na pobreza extrema”, afirmou uma fonte ligada ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que propôs ao Congresso um orçamento de R$ 119,9 bilhões para o programa este ano — quase R$ 6 bilhões a mais do que o previsto.

Comparativo com outros programas federais (jan-abr/2025)

Programa Gasto acumulado Crescimento real
BPC R$ 41,8 bi +11,6%
Fundeb (educação) R$ 22,4 bi +20,6%
Seguro-desemprego R$ 21,4 bi +5,6%

O BPC representa hoje um dos maiores gastos sociais do governo, atrás apenas da Previdência e dos repasses obrigatórios a estados e municípios.

O que pode mudar?

No Congresso e na equipe econômica, há discussões sobre possíveis mudanças nas regras de acesso ao benefício. Entre as propostas debatidas estão:

  • Exigir cadastro atualizado e cruzamento de informações com outros bancos de dados;

  • Estabelecer critérios mais rígidos para comprovação de deficiência e vulnerabilidade;

  • Criar sistema de revisão periódica dos benefícios já concedidos;

  • Ampliar a digitalização e biometria nos processos de avaliação.

Por ora, o governo nega qualquer intenção de fazer cortes no programa. Mas o aumento de despesas com benefícios obrigatórios como o BPC e a Previdência deve continuar sendo um dos principais desafios fiscais nos próximos anos.

Link para compartilhar:

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimas noticias

Brasileiros conquistam títulos de Mestres e Doutores em universidades dos EUA sem sair de casa

Cursos 100% online em português e com diplomas passíveis de reconhecimento no Brasil atraem estudantes em busca de qualificação...

Em podcast com Allan Barros, Felipe Araújo revela valor do seu primeiro salário na música: “R$ 16”

Durante uma conversa com o empresário no podcast “Fallaí”, o cantor compartilhou detalhes exclusivos sobre o começo de sua jornada...

Dilsinho acompanha os Calema em concerto no Estádio da Luz, em Lisboa

A apresentação, que aconteceu no último sábado (07), em Portugal, marca o primeiro show de um artista da língua...

Ataques aéreos reacendem conflito no Oriente Médio e colocam brasileiros em alerta

Bombardeios em Gaza e no sul do Líbano deixam mortos e feridos; comitiva do Tocantins está em Israel e...
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img

Prefeito de Colinas receberá R$ 297 mil por ano — valor supera Araguaína, cidade seis vezes maior

Mesmo com população seis vezes menor e estrutura reduzida em saúde e educação, Colinas fixou subsídio de R$ 24...

Sicoob Credi-Rural fecha parceria para participar da Agrovem

Redação I Diário Tocantinense- O Sicoob Credi-Rural marcará presença na Agrovem 2025, 1ª Feira de Agronegócios de Goiânia, que...
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img