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Dividida, direita tocantinense ensaia três candidaturas ao governo em 2026

Cinthia Ribeiro, Carlos Amastha e Ronaldo Dimas se movimentam nos bastidores e expõem fissuras no campo conservador no Estado

A pouco mais de um ano das convenções partidárias, a direita tocantinense já demonstra sinais evidentes de fragmentação. Nomes com histórico de protagonismo político local — como a ex-prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro (PSDB), o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) e o ex-deputado e também ex-prefeito Ronaldo Dimas (PL) — articulam pré-candidaturas ao governo do Estado em 2026. A movimentação expõe a ausência de um polo unificador e o risco de dispersão de votos no campo conservador.

O cenário, segundo analistas políticos ouvidos pela reportagem, pode favorecer a oposição ou até um nome de centro, caso o campo da direita não consiga encontrar um consenso até o próximo ano.

— O que estamos vendo é a repetição de um ciclo. Em vez de um nome que aglutine, há uma disputa interna entre lideranças com projetos próprios. Isso tende a fragmentar o eleitorado mais conservador e abrir espaço para surpresas — avalia o cientista político André Ribeiro, professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Movimento silencioso, mas estratégico

Apesar de ainda não oficializarem pré-candidaturas, os três nomes já se movimentam nos bastidores. Aliados de Cinthia Ribeiro confirmam que ela tem mantido reuniões com lideranças regionais e retomado agendas públicas em eventos no interior. Presidente estadual do PSDB, Cinthia tenta reposicionar sua imagem após o fim do mandato como prefeita da capital.

Em entrevista recente, ela declarou que “Palmas tem tamanho político para liderar o debate sobre o futuro do Tocantins” — sinalizando sua disposição em disputar um espaço majoritário.

Carlos Amastha, que deixou a prefeitura de Palmas em 2018 para disputar o governo estadual, tem reforçado sua atuação em pautas nacionais pelo PSB e mantém uma base fiel em segmentos urbanos. Amastha não esconde o desejo de voltar ao cenário estadual e, segundo interlocutores, aposta em um discurso de renovação, ancorado na crítica ao atual modelo de gestão do Palácio Araguaia.

Do lado de Ronaldo Dimas, o caminho também aponta para uma nova tentativa ao governo. Com forte atuação no norte do Estado, especialmente em Araguaína, ele costura alianças com deputados federais e senadores ligados ao PL e ao União Brasil. Ao jornal Gazeta do Cerrado, Dimas afirmou recentemente que “a experiência administrativa e o foco técnico serão diferenciais na próxima disputa”.

Erosão silenciosa do grupo de Eduardo Siqueira Campos

Outro sinal do enfraquecimento da direita organizada no Tocantins é a recente saída do ex-prefeito Raul Filho do grupo liderado por Eduardo Siqueira Campos. Após anos como um dos principais quadros do chamado “G5” — núcleo informal que reúne lideranças da direita tocantinense — Raul passou a adotar discurso mais crítico e, segundo fontes próximas, não deve permanecer na base do ex-senador.

A debandada tem reflexos diretos na articulação do grupo. Internamente, há dúvidas sobre a capacidade de Eduardo manter sua influência sem ocupar cargo eletivo e sob investigações em curso no âmbito federal.

— A perda de quadros históricos e o desgaste de figuras tradicionais abrem espaço para novas lideranças — avalia a professora Maria Clara Costa, doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Goiás (UFG). — O problema é que essas novas lideranças ainda não conseguiram se unir em torno de um projeto comum.

Um campo em disputa

Embora os três nomes se posicionem dentro do espectro da centro-direita, as diferenças de trajetória, estilo e base eleitoral dificultam qualquer composição imediata. Enquanto Cinthia construiu sua carreira com apoio do PSDB nacional, Amastha flerta com o campo progressista ao ocupar espaço no PSB. Dimas, por sua vez, se alinha mais diretamente ao bolsonarismo, ainda que mantenha um discurso pragmático.

Nas palavras do analista político Felipe Nunes:
— O que vemos no Tocantins é o reflexo de um fenômeno nacional: a pulverização do campo da direita. Sem uma liderança hegemônica, lideranças regionais tentam ocupar esse vácuo, nem sempre com articulação entre si.

Possíveis cenários

A falta de consenso pode levar à formação de chapas competitivas, mas divididas. Aliados de Amastha não descartam um alinhamento com o PSB nacional, enquanto interlocutores de Cinthia defendem uma aliança com partidos de centro. Já o entorno de Dimas articula aproximação com o União Brasil e parte da bancada federal.

Nos bastidores, há quem tente uma “chapa de união” entre dois desses nomes, mas os entraves pessoais e partidários ainda impedem avanços concretos.

Com a fragmentação, cresce a expectativa sobre qual liderança conseguirá atrair apoios suficientes para consolidar um projeto viável. Até lá, o campo conservador seguirá dividido — e cada vez mais exposto a perder força frente a candidaturas com discurso mais unificado.

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