Diário Tocantinense-A ofensiva militar entre Israel e Irã atingiu novos patamares nas últimas 48 horas, após a intensificação de ataques com mísseis, drones e sirenes em cidades como Tel Aviv, Haifa e Be’er Sheva. O episódio mais grave ocorreu na madrugada de terça-feira, 17, quando explosões em série deixaram rastros de destruição e colocaram populações civis sob risco iminente. Em meio ao cenário de guerra, o governo brasileiro iniciou uma força-tarefa para mapear e prestar apoio a brasileiros que estão na região — muitos em viagem de turismo religioso, missões parlamentares ou intercâmbios culturais.
Itamaraty confirma acionamento de protocolo de repatriação
Segundo informações obtidas junto ao Ministério das Relações Exteriores, ao menos 30 brasileiros solicitaram apoio à embaixada em Tel Aviv desde o agravamento da crise. O protocolo de assistência inclui mapeamento da localização exata dos cidadãos, articulação com autoridades israelenses e sinalização à Força Aérea Brasileira (FAB) sobre a possibilidade de uso de aeronaves para uma eventual operação de retirada.
Embora ainda não haja confirmação de voo programado, autoridades brasileiras tratam o caso como prioritário. O senador Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, também entrou em contato com o Itamaraty para reforçar a necessidade de medidas urgentes. “Temos brasileiros sob ameaça real. É preciso acionar todos os instrumentos diplomáticos e operacionais disponíveis”, afirmou o parlamentar em nota.
Brasileiros relataram momentos de tensão
Relatos enviados à embaixada indicam que alguns brasileiros estavam hospedados em Tel Aviv no momento dos ataques e foram obrigados a procurar abrigos antiaéreos após o acionamento das sirenes de emergência. Vídeos gravados por turistas mostram clarões no céu, ruídos de interceptação dos sistemas de defesa e pessoas correndo em direção a prédios subterrâneos.
Especialistas em segurança internacional alertam que a escalada entre Israel e Irã pode ter impactos duradouros no equilíbrio geopolítico do Oriente Médio. “Este não é mais um episódio pontual. Estamos diante de uma mudança de rota estratégica, com potencial para envolver atores como Estados Unidos, China e Arábia Saudita, além de afetar as rotas aéreas e marítimas comerciais”, explica o professor Reinaldo Navarro, pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos de Defesa.
Reação do governo brasileiro
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota oficial afirmando que “acompanha com grande preocupação os desdobramentos do conflito” e que considera a retaliação iraniana “uma resposta a violações anteriores do direito internacional”. A nota também apela por uma solução diplomática e por respeito à integridade dos civis.
O governo federal já havia emitido alertas desde 2023 desaconselhando viagens não essenciais para a região, mas a presença de autoridades municipais, religiosos e turistas no local manteve-se constante nos últimos meses, sobretudo durante períodos de peregrinação.
Especialistas preveem instabilidade prolongada
Em entrevista, o diplomata aposentado Marco Túlio Carvalho, ex-integrante da delegação brasileira na ONU, avaliou que o momento é de “alerta máximo”. Segundo ele, a comunidade internacional ainda hesita em adotar uma postura clara sobre o conflito, temendo o efeito dominó de um embate direto entre potências. “O mundo está na antessala de uma crise maior. E o Brasil, com seus laços econômicos e relações bilaterais no Oriente Médio, precisa agir com firmeza e equilíbrio.”
Orientações oficiais
O Itamaraty reforça que brasileiros em Israel ou no Irã devem manter contato direto com os canais diplomáticos e evitar deslocamentos desnecessários. Em caso de emergência, o telefone consular da embaixada brasileira em Tel Aviv segue ativo para emergências 24 horas.
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