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Alta do petróleo pressiona alimentos no Tocantins; governo monitora impacto e avalia liberação de estoques reguladores

Ceasa aponta variação nos preços de hortaliças e frutas; supermercados registram aumentos maiores. Alta logística já afeta frete de alimentos.

Com a alta internacional do petróleo e os efeitos do conflito no Oriente Médio, os preços dos alimentos começam a subir no Tocantins. Segundo levantamento feito pela redação com base em dados do painel Taco Nabe, da Ceasa, e da Conab, o custo de frutas, hortaliças e itens essenciais como arroz e feijão já apresenta variação significativa nas últimas quatro semanas.

O aumento é puxado por dois fatores principais: a alta nos preços de combustíveis, que pressiona os custos logísticos, e a expectativa de reajustes em cascata no atacado e varejo, em meio ao cenário internacional instável.

Variação nos preços entre atacado e varejo

Os dados extraídos do Taco Nabe indicam que produtos como abacate, alface, banana e tomate já acumulam alta superior a 12% no atacado em Palmas e Araguaína. Em supermercados da capital, a elevação média no preço final ao consumidor é ainda maior, chegando a 18% em alguns itens — com destaque para batata e cenoura, cujos fretes são mais longos.

Nas feiras livres, a variação é menos agressiva, mas os feirantes relatam dificuldade para manter preços estáveis.

— O problema não é só o produto. É o transporte. O caminhão já chega com diesel mais caro e isso muda o preço da banca toda — afirma Lúcia Ribeiro, feirante há 14 anos em Gurupi.

Logística impactada por combustíveis

Desde os bombardeios dos EUA ao Irã, o preço do barril de petróleo tipo Brent saltou para US$ 94,10, reflexo da ameaça iraniana de bloquear o Estreito de Ormuz — rota por onde passa 20% do petróleo do planeta. No Brasil, o preço médio do diesel aumentou R$ 0,27 nas distribuidoras, segundo dados da ANP.

Representantes de transportadoras e centrais de distribuição no Tocantins relatam impactos imediatos nos contratos de frete, sobretudo para cargas vindas de Goiás e Minas Gerais.

— O diesel pesa direto no preço da logística. Se não houver uma política de amortecimento, o custo chega ao consumidor muito rápido — alerta um representante regional do setor.

Ações do governo e Conab

Diante do cenário de risco, o governo federal avalia usar parte dos estoques reguladores da Conab, com liberação emergencial de arroz, feijão e milho. Técnicos consultados afirmam que há até R$ 539 milhões disponíveis para esse tipo de medida.

A Conab no Tocantins também monitora a evolução dos preços nos centros de distribuição e acompanha, semanalmente, os dados enviados pelas Ceasas ao sistema nacional. Em paralelo, o Ministério da Agricultura trabalha em conjunto com a Fazenda e o Itamaraty para avaliar cenários de médio prazo.

Em nota, a equipe econômica do governo reafirmou o compromisso com o “controle da inflação alimentar” e “ações preventivas para evitar desequilíbrios nos preços de itens essenciais”.

Expectativa para os próximos dias

Técnicos ouvidos pela reportagem indicam que, caso a crise no Oriente Médio se intensifique e o petróleo ultrapasse US$ 100 o barril, os efeitos podem se espalhar rapidamente por toda a cadeia de abastecimento. Há também preocupação com fertilizantes e insumos agrícolas, que podem ter reajustes nos próximos lotes de importação.

Em supermercados de Palmas, consumidores já sentem a diferença. A assistente administrativa Simone Braga relata que, nos últimos 15 dias, refez o planejamento das compras da casa.

— Eu gastava R$ 130 por semana só com hortaliças, frutas e arroz. Agora, estou gastando R$ 160. Já cortei suco natural e banana da lista — conta.

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