Iratã Abreu volta ao centro das articulações e pode disputar vaga no Congresso ou na Assembleia
O nome de Iratã Abreu voltou a ganhar força nos bastidores da política tocantinense. Treze anos após ter sido eleito vereador de Palmas, o filho da ex-senadora Kátia Abreu é cotado para retornar à vida pública nas eleições de 2026. Fontes ouvidas pelo Diário Tocantinense apontam que ele tem articulado com discrição, mas com receptividade nos bastidores. O que ainda não está claro é se Iratã pretende disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou tentar a Câmara dos Deputados — ambas possibilidades consideradas viáveis pelo grupo político que o cerca.
Mesmo fora dos holofotes eleitorais há mais de uma década, Iratã nunca se afastou completamente da política. Sua postura técnica, ética e de palavra o manteve como um nome respeitado por aliados e adversários. É lembrado como alguém que cumpre o que promete e que conduz suas articulações com firmeza, mas sem alarde — característica cada vez mais valorizada em um cenário de polarização e desgaste institucional.
O eventual retorno de Iratã reacende a movimentação em torno do grupo Abreu e traz de volta à pauta o papel de renovação política com sobriedade e responsabilidade. Com o irmão Irajá já articulando a reeleição ao Senado, a definição de qual espaço Iratã ocupará ainda depende de arranjos internos e leitura estratégica do cenário estadual e nacional. Mas uma coisa é certa: se vier, virá forte.
Amélio se insere no jogo de 2026 com aval de Wanderlei
Enquanto Iratã avalia a volta, quem já colocou o nome na roda foi o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres. Em entrevista recente, ele confirmou que é o próprio governador Wanderlei Barbosa quem estimula sua entrada no debate sucessório de 2026. Amélio não nega a pré-candidatura, mas adota tom conciliador: diz que pode ser o nome do grupo, mas também pode apoiar outro — desde que a decisão seja construída no coletivo.
A fala não é apenas retórica. Reflete o esforço do Republicanos em manter coesa uma frente ampla que inclui nomes como a senadora Dorinha Seabra (União Brasil), o deputado federal Vicentinho Júnior (PP) e o também deputado Alexandre Guimarães (MDB). Dorinha, aliás, já é tratada como pré-candidata ao governo. Vicentinho, por sua vez, tem ambições declaradas pelo Senado. Nesse cenário, Amélio emerge como peça de equilíbrio — o nome que pode unificar, ou ser o reserva imediato caso a unidade se fragmente.
Eduardo Siqueira Campos e a política da conjectura

O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, também esteve no centro do noticiário — desta vez, como alvo da Operação Sisamnes, da Polícia Federal. Em coletiva à imprensa, o gestor defendeu-se afirmando que foi alvo por “conjecturas e suposições naturais da política”. Segundo ele, tudo gira em torno da indicação de um advogado, Michelangelo Corsetti, ao ex-assessor Thiago Barbosa — sobrinho do governador Wanderlei e atualmente preso.
Apesar do tom sereno, Eduardo foi categórico ao negar qualquer envolvimento com informação privilegiada. “Não tenho fonte no STJ”, disse. A crítica maior foi direcionada à decisão que o impede de manter contato com o próprio advogado, a quem também indicou a Barbosa. O prefeito sinalizou que deve recorrer da medida.
A operação, embora limitada em seus efeitos práticos até aqui, lança sombra sobre a relação entre o poder político e o jurídico no Tocantins — um terreno sempre minado por suspeitas, articulações discretas e alianças longas. Para Eduardo, a estratégia é uma só: minimizar o impacto público, reposicionar-se como vítima do excesso e reforçar a ideia de que nada ali atinge sua gestão diretamente.
Na UFT, Maria Santana consolida liderança acadêmica
Fora da política institucional, mas com ecos políticos, a Universidade Federal do Tocantins viveu uma de suas decisões mais expressivas com a escolha de Maria Santana Ferreira dos Santos Milhomem como nova reitora. Vencedora da consulta à comunidade acadêmica, ela conquistou ampla maioria e conta com o histórico favorável do Consuni em respeitar o resultado da lista tríplice.
A eleição pode parecer tema exclusivo do universo acadêmico, mas revela outra disputa: a da ocupação dos espaços de influência no Estado. A UFT é, ainda hoje, uma das maiores estruturas federais no Tocantins — quem lidera ali, inevitavelmente, participa do debate sobre desenvolvimento, educação e articulação com Brasília.
A linha do tempo até 2026 já começou
A política tocantinense acelera rumo a 2026 com uma série de micro-movimentos que, juntos, revelam o desenho de uma disputa complexa. A possível volta de Iratã Abreu, a pré-candidatura de Amélio Cayres com apoio do governador, os tensionamentos entre Eduardo Siqueira Campos e a PF, e até a eleição da nova reitora da UFT fazem parte do mesmo mosaico: o da recomposição de forças num Estado que já não aceita mais improvisos.
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