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Risco de recessão europeia acende alerta para impactos na economia brasileira

O aumento das tensões políticas internas, a crise energética sem precedentes e os impactos prolongados da guerra na Ucrânia colocam a Europa diante de um risco real de recessão em 2025. O alerta, feito por analistas geopolíticos e instituições financeiras internacionais, acende uma luz amarela para países emergentes, como o Brasil, que mantêm laços comerciais e financeiros estreitos com a União Europeia.

De acordo com dados da Comissão Europeia, o crescimento da zona do euro foi revisado para apenas 0,8% neste ano, com retração já registrada em potências como Alemanha e França, além do colapso econômico persistente na Ucrânia.

Como uma recessão europeia pode afetar o Brasil

Economistas ouvidos pela reportagem apontam quatro frentes principais de impacto para o Brasil:

1. Queda nas exportações

A União Europeia é o segundo maior destino das exportações brasileiras. Produtos como soja, carne, café, celulose e minério de ferro compõem a base das vendas externas. Uma recessão europeia reduziria a demanda por esses itens, pressionando a balança comercial do Brasil.

2. Desvalorização de commodities

A Europa em retração tende a consumir menos commodities, o que impacta diretamente os preços internacionais. Segundo o Itaú BBA, uma queda de 10% nos preços de commodities pode reduzir o PIB brasileiro em até 0,3 ponto percentual em 12 meses.

3. Fuga de capitais

Com aumento da aversão ao risco nos mercados globais, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros. Isso pode gerar saída de capital estrangeiro do Brasil, pressionar o câmbio e elevar a volatilidade do mercado financeiro.

4. Redução de investimentos diretos

A Europa é uma das principais fontes de investimento direto estrangeiro no Brasil, especialmente nos setores automotivo, energético e de infraestrutura. Um ambiente recessivo pode postergar ou cancelar projetos previstos.

Crise energética como catalisador da recessão europeia

A dependência do gás natural russo e os altos custos da transição energética tornaram a crise energética o eixo central das dificuldades econômicas no continente. A Alemanha, por exemplo, enfrenta encarecimento da indústria e apagões localizados em regiões mais afetadas pelo desabastecimento.

O preço médio do megawatt-hora na Europa dobrou desde 2021, segundo levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA). Isso impacta diretamente os custos industriais, a inflação e o poder de compra das famílias, reduzindo a atividade econômica.

 O que o Brasil pode (ou não) fazer

De acordo com Lauro Borges, economista da FGV, o Brasil tem pouco controle sobre os desdobramentos externos, mas pode adotar estratégias de mitigação:

“O Brasil precisa diversificar mercados, fortalecer o consumo interno e manter política fiscal responsável. A resposta não está no protecionismo, mas na adaptação rápida a cenários adversos.”

Outros analistas, como Laura Alvim, da Tendências Consultoria, apontam que o impacto será moderado se a China e os EUA mantiverem ritmo de crescimento, o que compensaria a retração europeia nas exportações brasileiras.

Setores mais vulneráveis e projeções

Setores com forte exposição à Europa, como agroexportador, siderurgia, papel e celulose, e automotivo, podem ser os primeiros a sentir os efeitos de uma desaceleração europeia. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já monitora esses impactos com atenção.

Projeções do FMI indicam que uma recessão europeia combinada com desaceleração na China poderia reduzir o crescimento brasileiro em até 0,6 ponto percentual em 2025, colocando em risco a meta de expansão de 2% do PIB.

O risco de recessão europeia não é mais apenas um temor de analistas. Com uma combinação de fatores econômicos, políticos e energéticos, o velho continente pode ser o epicentro de um novo abalo global. Para o Brasil, a vigilância e a preparação estratégica serão determinantes para reduzir os danos e preservar a recuperação econômica em curso.

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