Ricardo Fernandes I Diário Tocantinense– O mais recente Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil nesta segunda-feira (24), atualizou as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos de 2025. A nova estimativa indica um cenário de juros mais altos, câmbio mais estável e inflação sob controle progressivo.
De acordo com o boletim, a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, deve encerrar o ano em 15%, acima da previsão anterior de 14,75%. Esse ajuste visa conter a inflação acumulada — ainda acima da meta de 3% — e manter a estabilidade econômica.
Já o IPCA (índice oficial da inflação) teve leve recuo: de 5,25% para 5,24%, o que marca a quarta semana consecutiva de queda nas projeções.
No mercado cambial, a estimativa para o dólar caiu de R$ 5,77 para R$ 5,72, refletindo maior confiança dos investidores na política fiscal brasileira e menor pressão externa.
📉 Infográficos: Selic, Dólar e IPCA – Jan a Jun de 2025

🧭 Contexto econômico nacional
A elevação da Selic busca conter a inflação resistente, que tem impactado especialmente o setor de serviços. Ao mesmo tempo, a queda do dólar demonstra uma reação positiva do mercado financeiro frente às medidas adotadas pela equipe econômica.
Especialistas alertam, porém, que a manutenção de juros altos por muito tempo pode desacelerar o crescimento econômico e pressionar o crédito, especialmente em regiões com menor poder de compra.
📍 Impactos no Tocantins
No Tocantins, os reflexos das novas projeções já são sentidos:
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Comerciantes de Palmas e Colinas relataram queda nas vendas a prazo, principalmente de eletrodomésticos e itens de valor médio, devido ao custo elevado do crédito.
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Microempreendedores locais, em contato com consultores do Sebrae, apontam dificuldades na renovação de estoques e menor fôlego financeiro para investir.
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Economistas independentes destacam que o crédito mais caro afeta diretamente a capacidade das famílias de manter o consumo e reorganizar dívidas.
✅ Conclusão
O cenário apresentado pelo Relatório Focus reforça a tensão entre a necessidade de manter a inflação sob controle e o desejo de estimular a atividade econômica. No Tocantins, o momento é de cautela: os efeitos do aperto monetário se refletem nas prateleiras, nos postos de combustível e nas negociações de crédito. Com a Selic a 15%, as próximas decisões do Comitê de Política Monetária serão determinantes para a estabilidade econômica do segundo semestre.
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