O preço da batata e da cebola caiu nas últimas semanas nos principais mercados atacadistas do país. É o que mostra o boletim ProHort, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que monitora os preços praticados em centrais de distribuição. A tendência já começa a se refletir em cidades do Tocantins, como Palmas, Gurupi e Araguaína.
A redução no preço é atribuída ao aumento da oferta no campo, favorecido por boas condições climáticas e pelo fim de um período de menor produção. Segundo a Conab, a batata teve queda média de 5,3% nos principais entrepostos do país em relação ao mês anterior. A cebola também apresentou recuo, ainda que mais discreto, com variação negativa entre 2% e 4%, a depender da região.
Em entrevista ao Diário Tocantinense, feirantes da capital confirmaram que o repasse ao consumidor já começou. “Estamos vendendo batata por até R$ 0,80 mais barata do que no mês passado”, afirma Raimundo dos Santos, feirante há 22 anos na região sul de Palmas. “A cebola também caiu, mas ainda menos. Mesmo assim, o movimento melhorou.”
Goiás como referência de preço
O relatório da Conab usa como base os dados da Ceasa de Goiânia, centro de abastecimento que também serve de referência para o Tocantins. Segundo o documento, a chegada de novos lotes de batata das regiões Sudeste e Sul aumentou a oferta em Goiás e pressionou os preços para baixo. No caso da cebola, o maior volume vem de Minas Gerais e do interior de São Paulo.
Reação no varejo
Em supermercados e feiras livres de Palmas, o consumidor já encontra a batata entre R$ 4,20 e R$ 4,80 o quilo, valor inferior ao praticado em maio, quando o produto ultrapassava R$ 5,00 em alguns pontos da cidade. A cebola, que chegou a ser vendida por até R$ 7,00/kg no início do ano, agora aparece por R$ 5,20 em média.
A economista Ana Luíza Mendes, especialista em abastecimento e consumo, explica que a cadeia de hortaliças é bastante sensível à sazonalidade. “A batata e a cebola são produtos que sofrem variações intensas conforme a época do ano. Com a colheita atual, é natural observar esse recuo. O desafio é saber se os preços vão se manter baixos no mês que vem, quando a safra diminui.”
Impacto no bolso
Para o consumidor tocantinense, a queda representa alívio parcial no orçamento de alimentação. Levantamento feito pelo Diário Tocantinense com base nos preços médios da Ceasa e de feiras livres aponta que, em uma compra mensal de 5 kg de batata e 4 kg de cebola, a economia pode chegar a R$ 15.
Apesar disso, o setor ainda atua com cautela. “A gente espera que essa queda continue, mas depende do tempo e da próxima colheita”, diz o produtor João Mendes, de Gurupi, que comercializa diretamente com feiras da região.
Link para compartilhar: