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“Eu precisava parar”: Cantor revela crise de burnout e reacende debate sobre saúde mental na indústria da música

Nova geração de artistas quebra o silêncio e coloca a terapia no centro da discussão pública sobre fama e bem-estar emocional

O desabafo veio sem aviso, num post simples, direto e sem filtro. Em meio à turnê de maior sucesso da carreira, um dos cantores mais populares da nova geração interrompeu os shows e revelou, em suas redes sociais, que sofre de burnout— um esgotamento emocional e físico causado pela pressão constante da fama, excesso de trabalho e exposição pública. “Eu precisava parar. Dormir virou um desafio, sorrir também. Achei que perderia tudo se continuasse fingindo estar bem”, escreveu ele.

O relato viralizou, gerou ondas de apoio de fãs, colegas de profissão e reacendeu uma discussão urgente: quais os custos psicológicos do sucesso precoce em uma era de exposição digital contínua?

A fama que cobra caro

O cantor, que tem apenas 26 anos e mais de 8 milhões de ouvintes mensais nas plataformas de streaming, revelou que os sintomas começaram com crises de ansiedade, cansaço extremo e desmotivação. “Eu não me reconhecia mais. Chegava no palco e já queria ir embora. Isso não é normal. Isso é perigoso”, escreveu, em uma segunda postagem.

A decisão de tornar público seu quadro de exaustão foi tomada após o que ele chamou de “última crise” — um episódio de desmaio nos bastidores de um show, seguido de uma internação breve. Desde então, o artista está em acompanhamento psicológico, com sessões semanais de terapia e um plano de retomada gradual das atividades.

O que dizem os especialistas

Segundo Denise Correa, psicóloga clínica e pesquisadora em saúde mental da PUC-SP, o caso não é isolado.

“O burnout artístico é silencioso e, muitas vezes, mascarado pelo carisma e pela performance constante. Há um discurso de que o artista precisa entregar o tempo todo — seja conteúdo, música ou emoção — mas isso cobra um preço”, afirma.

Ela destaca que jovens artistas estão especialmente vulneráveis, sobretudo em uma era marcada por redes sociais, haters e comparações ininterruptas. “A pressão para performar felicidade é uma das grandes armadilhas emocionais dessa geração.”

De tabu a bandeira pública

O movimento de falar abertamente sobre saúde mental entre celebridades não é novo, mas ganha força no Brasil. Nomes como Anitta, Luísa Sonza, João Guilherme, Manu Gavassi e agora o novo cantor que comoveu o país têm ajudado a quebrar o tabu da terapia e mostrar que a fama não é blindagem contra o sofrimento.

“Quando um artista fala sobre isso, ele valida o sofrimento de milhões de pessoas comuns”, diz a psicanalista Mariana D’Ávila, consultora do Instituto Igarapé. “A arte tem o poder de humanizar dores universais. E quando quem brilha no palco fala sobre suas sombras, esse impacto é profundo.”

Apoio dos fãs e mensagem de acolhimento

Nas redes sociais, o cantor recebeu uma avalanche de mensagens de apoio. Muitos seguidores relataram experiências semelhantes, agradecendo por sua coragem. A hashtag com seu nome esteve entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter) por dois dias seguidos.

Em um vídeo publicado posteriormente, com voz calma e olhar visivelmente emocionado, ele disse:

“Eu não estou desistindo. Estou apenas aprendendo a continuar de um jeito mais saudável. E se você está cansado demais, por favor, pare. A vida precisa ser vivida. E a gente não nasceu pra viver doente.”

O desabafo do artista não apenas revela um drama pessoal. Ele escancara um fenômeno cada vez mais comum: o esgotamento emocional de quem vive sob os holofotes. Em meio ao culto da performance e da positividade tóxica, artistas — e o público — começam a entender que autocuidado não é fraqueza. É resistência.

Num país onde ainda há estigma sobre terapia, a nova geração de músicos, ao falar de seus limites, ajuda a ampliar o diálogo, inspirar mudanças e salvar vidas. E talvez, mais do que qualquer hit, essa seja sua contribuição mais poderosa.

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