Desembargadora Willamara Leila quebra o silêncio, após 12 anos da Operação Maet e lança e-book e documentário sobre trajetória interrompida

Nesta sexta-feira, 16, a Desembargadora Willamara Leila de Almeida, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, realiza o pré lançamento de um e-book e o lançamento de um documentário com o título: Biografia interrompida: a trajetória da desembargadora Willamara Leila de Almeida”.

O evento é voltado exclusivamente para a imprensa e ocorrerá no Hotel Rio do Sono, a partir das 18h. Os convidados poderão acompanhar a transmissão do documentário em primeira mão. Segundo ela, “trata-se de um trabalho muito significativo, que trará luz a um grande período de trevas vivido”. 

Os trabalhos serão lançados nesta sexta, foram realizados por profissionais do Tocantins, que transcreveram a história de vida da desembargadora de forma sensível e fiel aos fatos. O documentário será disponibilizado no canal da Desembargadora no YouTub, após o lançamento. 

Segundo Almeida, em ambos os trabalhos serão abordados conteúdos delicados que prometem trazer à tona revelações importantes sobre operações da qual fez parte. Confira um trecho do conteúdo do e-book e livro. 

Trecho

“Capítulo 12: O Ovo da Serpente – Nos dias que antecederam o meu afastamento ocorreram diversos eventos no âmbito do Judiciário Estadual. Um deles contou com a palestra de um ministro de tribunal superior, na sede da OAB local. Políticos de expressão também estavam presentes.

Ao contrário de todos os eventos nos quais me fiz presente, eu não me sentia confortável. Algo estranho pairava no ar, como se todos ali soubessem de algum fato que somente eu desconhecia. Um político presente era muito amigo daquele ministro. Tive vontade de deixar a mesa, aquele evento não fez bem ao meu espírito. Dei graças a Deus quando tudo terminou. Mesmo assim, fiz algumas fotos com ambos e saí dali com a nítida impressão que não era uma pessoa bem-vinda naquele ambiente. 

Alguns anos mais tarde, um advogado me confidenciou que havia sido contactado por um político de expressão, para que comparecesse àquele evento na OAB e fizesse um escândalo contra mim, na presença do Ministro. Segundo ele, sua resposta foi curta e certeira. “Sou homem e não moleque. Tenho muito respeito pela Desembargadora”. Se ainda existia resquício de dúvida em mim, quanto a uma conspiração, naquele momento ela se dissipou”.

O livro será lançado de forma física em janeiro e promete trazer profundas impressões sobre o acontecimento que mudou de vez a vida da desembargadora.

Entenda o caso: Willamara Leila de Almeida

A desembargadora foi acusada de improbidade administrativa e chegou a ser afastada do cargo em 2011, após uma operação da Polícia Federal apontar o envolvimento da magistrada em esquema de venda de sentença e fraude em cobrança de precatórios.

Em 2012 o Conselho Nacional de Justiça decidiu pela aposentadoria compulsória e, três anos depois, ela foi condenada pela Justiça estadual, de primeiro grau, a 5 anos e 10 meses de prisão em regime semiaberto por peculato e porte ilegal de arma. Em outubro deste ano, porém, o Tribunal da Justiça confirmou improcedente a acusação proveniente do Ministério Público com a intenção de condenar a desembargadora.

Willamara nasceu em Goiânia (GO). Antes da criação do Estado do Tocantins, já exercia a magistratura em Guaraí, então parte integrante do norte de Goiás, onde permaneceu por sete anos. Criado e instalado o novo Estado, Willamara foi nomeada para ser a primeira juíza de Miracema (TO).

Em Tocantins ascendeu ao cargo de desembargadora em novembro de 1998, exercendo a função de corregedora-geral da justiça.

Em 2008, assumiu a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. No mesmo ano, no dia 4 de dezembro de 2008, foi eleita presidente do Tribunal de Justiça do Estado, para o biênio 2009-2011, assumindo a função em fevereiro de 2009.

 

 

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