A ansiedade é uma resposta natural do corpo, importante para a nossa motivação diária. Mas, quando fica muito intensa, pode se tornar um problema sério, afetando muito a vida dos adolescentes. Pensando nisso, o Diário Tocantinense conversou com Dayanne Marciano Moreno Guedes, especialista em Psicologia na Educação Superior e professora de psicologia da Estácio FAPAN, que deu dicas de como reconhecer e tratar a ansiedade entre os mais jovens.
A profissional esclarece que, apesar de a ansiedade fazer parte da vida, a ansiedade patológica é marcada por preocupações intensas e constantes. E na adolescência, isso pode ser mais intenso devido à fase de mudanças que eles atravessam.
“Nos adolescentes, o nível de ansiedade patológica pode se manifestar através de atitudes mais acentuadas diante das mesmas situações que pessoas mais tranquilas podem lidar”, explicou.
Os sinais físicos incluem suor excessivo, tremores, coração acelerado, tontura, náusea, dificuldade para respirar e extremidades frias. Psicologicamente, pode causar irritação, inquietação, dificuldade para dormir, evitar situações e problemas de concentração. Mudanças no comportamento como nervosismo, impaciência, medo, cansaço, perda ou ganho de peso, desinteresse por atividades diárias e tristeza intensa também são comuns.
Além disso, a psicologa ressaltou que a ansiedade pode prejudicar muito o desempenho escolar dos adolescentes, afetando suas notas e frequência às aulas. “A ansiedade pode ser prejudicial, afeta gravemente o adolescente e o direciona para um caminho mais longe de um desenvolvimento saudável”, alertou.
A falta de interesse nas atividades escolares e nos relacionamentos com amigos e professores é um efeito direto da ansiedade. Adolescentes ansiosos podem evitar lugares, situações e pessoas por causa de suas preocupações, o que piora seu desenvolvimento social e emocional.
Segundo a psicóloga, as causas da ansiedade em adolescentes são variadas e incluem fatores genéticos, ambientais e situações da vida. Expectativas da família e dos professores, problemas nas relações sociais, bullying, traumas e uso excessivo de redes sociais são causas comuns.
“A manifestação da ansiedade é relativamente consistente ao longo da vida, mas vai depender do conteúdo da preocupação desse indivíduo”, pontuou. Ela ainda relembrou que, caso não seja tratada, a doença pode levar a outros problemas mentais na vida adulta, como a depressão.
Para tratar a ansiedade em adolescentes, é importante reconhecer os sinais e mudanças de comportamento o mais cedo possível. A família tem um papel crucial nesse processo, oferecendo apoio, escuta e paciência.
“Realizar uma consulta médica de rotina também ajuda, pois o profissional vai avaliar se alguma condição médica está afetando a saúde desse adolescente”, recomendou.
Para Dayanne, também é muito importante tratamentos psicológicos, por exemplo, especialmente a psicoterapia, para ajudar o jovem a lidar com a ansiedade, aprender técnicas de relaxamento e entender suas emoções. Além disso, praticar atividades físicas e manter uma alimentação saudável são importantes.
Por fim, a profissional explicou que os pais podem ajudar seus filhos a lidar com a ansiedade estando presentes e conversando sobre seus sentimentos e interesses.
“A família é essencial nesse processo, através do apoio, da escuta, da perseverança e da paciência. Fazer parte da vida desse adolescente é uma constante diária, conversar com eles sobre os seus sentimentos, saber dos seus interesses, que tipo de música eles gostam, qual é o jogo ou pra que time de futebol eles gostam, são coisas pequenas que podem fazer diferença na vida desses adolescentes que estão em sofrimento e precisam de ajuda”, finalizou.
Relacionado
Link para compartilhar: