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Tocantins registra explosão de suicídios em 2024; Palmas e Araguaína lideram número de casos diz dados do governo

No mês de Setembro Amarelo, voltado à conscientização sobre a prevenção do suicídio, o estado do Tocantins revela dados preocupantes. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, até o início de setembro de 2024, foram registrados 101 casos de suicídio e 7 tentativas de suicídio. Esses números destacam a gravidade da situação em diversas regiões do estado, especialmente em grandes cidades como Palmas, Araguaína e Gurupi, que lideram os índices. A seguir, uma análise detalhada dos dados sobre suicídios e tentativas no estado.

 

Suicídios: Palmas lidera com mais de 20 ocorrências

 

 

Palmas, a capital do estado, aparece como a cidade com maior número de suicídios registrados em 2024, com 21 ocorrências. A cidade, com uma população significativa e um ritmo de vida urbano acelerado, se destaca pelo alto índice, o que gera grande preocupação entre especialistas de saúde mental.

 

Além de Palmas, outras cidades também apresentam números relevantes:

– Araguaína: segunda cidade com maior número de ocorrências, com 9 registros. Como um dos principais centros econômicos do estado, Araguaína enfrenta problemas associados ao estresse social e urbano, refletindo no aumento de suicídios.

– Gurupi: com 8 casos, aparece como a terceira cidade com mais suicídios. Sua relevância no cenário estadual, associada a questões socioeconômicas, também pode explicar os altos índices.

– Paraíso do Tocantins: com 5 casos registrados, a cidade de porte médio mostra a necessidade de atenção e cuidados voltados à saúde mental.

– Porto Nacional: outra cidade de importância econômica no estado, registrou 4 casos de suicídio.

– Palmeirante: aparece com 3 ocorrências, número relevante para uma cidade de pequeno porte.

– Aurora do Tocantins: com 2 

registros, também entra na lista de municípios com casos de suicídio.

Esses números destacam que, apesar da maior concentração em cidades de médio e grande porte, o suicídio também atinge cidades menores, revelando que o problema é distribuído por todo o estado.

 

Maio e junho concentram mais casos

 

Os meses de maio e junho se destacam como os mais críticos em 2024, com 16 e 15 casos de suicídio, respectivamente. Esse aumento no meio do ano pode estar relacionado a fatores sazonais, como variações climáticas e períodos de maior pressão emocional e econômica, que tendem a intensificar os transtornos mentais. Outros meses também registraram números significativos:

 

– Janeiro: 8 casos

– Fevereiro: 13 casos

– Março: 13 casos- Abril: 12 casos

– Julho: 12 casos

– Agosto: 11 casos

– Setembro (até o início do mês): 1 caso

 

A análise desses dados sugere uma constância preocupante ao longo do ano, com picos nos meses de maio e junho. Esse padrão reforça a necessidade de medidas preventivas permanentes e não apenas concentradas em determinadas épocas.

 

Dias da semana e distribuição por região

 

Os dados sobre suicídios no Tocantins também revelam padrões relacionados aos dias da semana. Sexta-feira é o dia com o maior número de ocorrências, totalizando 18 suicídios. Isso pode estar relacionado ao acúmulo de estresse ao longo da semana, antes dos fins de semana. Outros dias com números elevados são:

 

– Quarta-feira: 15 casos

– Sábado: 15 casos

– Domingo: 15 casos

 

Esses números indicam que os finais de semana e a metade da semana representam períodos críticos, sugerindo que, nesses dias, as pessoas podem enfrentar maior pressão social e emocional.

 

Em termos de Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP), o Jalapão aparece como a região mais afetada, com 35 registros de suicídio, seguido da região Tocantins com 19 casos. A região de Javés também apresenta um número considerável, com 13 casos, seguida pela Central com 12 registros, a Serra Geral com 10 e o Bico do Papagaio com 7 casos.

 

Tentativas de suicídio: os desafios de prevenção

 

Além dos suicídios consumados, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins também registrou 7 tentativas de suicídio em 2024. Essas tentativas são um importante indicativo da urgência em fortalecer redes de apoio à saúde mental no estado.As tentativas de suicídio estão distribuídas entre diversos municípios, com destaque para Araguaína, que contabilizou 2 tentativas. Outros municípios com registros de tentativas incluem:

 

– Palmas: 1 tentativa

– Aliança do Tocantins: 1 tentativa

– Aragominas: 1 tentativa

– Araguatins: 1 tentativa

– Figueirópolis: 1 tentativa

 

Os meses com mais tentativas de suicídio foram junho, com 2 tentativas, seguido de março, abril e julho, com 1 tentativa em cada mês. Isso reflete a necessidade de manter políticas públicas contínuas voltadas à prevenção.

 

Análise por dia da semana e região

 

Assim como os suicídios, as tentativas de suicídio também apresentam padrões de dias da semana. Domingo e quarta-feira foram os dias com maior número de tentativas, com 2 casos em cada dia. A distribuição sugere que os domingos, tradicionalmente associados a períodos de maior solidão e introspecção, podem ser momentos críticos para pessoas em estado de vulnerabilidade emocional.

 

No que diz respeito às Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP), a região Tocantins-Araguaia lidera com 3 tentativas de suicídio. Javés registrou 2 tentativas, enquanto as regiões de Bico e Jalapão contabilizaram 1 tentativa cada.

 

O papel das políticas públicas e do Setembro Amarelo

 

A psiquiatra Nathalia Tolentino, especialista em saúde mental, destaca que os números de suicídios e tentativas no Tocantins revelam a necessidade urgente de ampliar o acesso aos serviços de saúde mental. "O suicídio e as tentativas são sinais claros de que algo está errado na nossa forma de lidar com o sofrimento emocional. É preciso desmistificar o assunto e proporcionar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para buscar ajuda", afirma.

Nathalia também salienta a importância do Setembro Amarelo como uma campanha que abre espaço para o diálogo e a conscientização sobre o suicídio. "É um momento crucial para sensibilizar a população e fortalecer as redes de apoio, principalmente nas regiões mais vulneráveis."

 

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Ricardo Fernandes Almeida
Ricardo Fernandes Almeida
Jornalista, Escritor, Bacharel em direito e cursando teologia

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