Há muito tempo a Ucrânia pede que os parceiros permitam disparar armas ocidentais contra alvos distantes do território inimigo. Esses apelos têm se tornado mais contundentes à medida que os ataques aéreos russos contra instalações de energia ucranianas, edifícios residenciais, hospitais e outras infraestruturas se intensificam.
Após uma reunião na última segunda-feira segunda-feira (02), com o primeiro-ministro holandês Dick Schoof na cidade de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, Zelenskiy disse que Kiev estava “mais positiva” sobre as perspectivas de obter tal permissão.
“Por hoje, apenas permitir — também não é o suficiente”, disse ele, acrescentando que os aliados devem garantir entregas de armas para uso em tais ataques. “Não recebemos tudo o que gostaríamos de usar”, acrescentou Zelenskiy. Ele acrescentou que alguns acordos sobre fornecimentos não foram cumpridos.
Zelenskiy disse ainda que discutiu com Schoof o fortalecimento das defesas aéreas da Ucrânia. Ele mencionou que havia “algumas ideias” sobre como aumentar a frota de jatos F-16 doados por aliados, um dos quais foi perdido em um acidente na Ucrânia na semana passada. “Continuaremos fornecendo equipamentos de defesa aérea, F-16s e financiamento para munições”, disse Schoof.
Schoof acrescentou que a Holanda forneceria à Ucrânia cerca de 200 milhões de euros em apoio para reparar a infraestrutura energética e para assistência humanitária. A Holanda entregará turbinas a gás reformadas no valor total de 29,5 milhões de euros e destinou 45 milhões de euros para reparar a infraestrutura de energia, informou o Ministério das Relações Exteriores holandês em um comunicado.
O dinheiro vem de um fundo de ajuda de 400 milhões de euros que o governo holandês prometeu à Ucrânia no início deste ano.Zelenskiy também fez comentários sobre a situação nas linhas de frente, dizendo que a incursão transfronteiriça da Ucrânia na região ocidental de Kursk, na Rússia, estava ocorrendo “de acordo com o plano”.
Ele acrescentou que a Ucrânia acredita que a operação pode ajudar a aliviar a pressão na frente de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, onde a Rússia acelerou seus avanços. Até agora, segundo ele, a situação segue difícil.
Mais de 700 mil mortos
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, os números oficiais de soldados mortos estão sendo mantidos em segredo tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, que alegam que a divulgação desses dados pode prejudicar seu desempenho na guerra. Mas estimativas sugerem que os números de mortos ultrapassam 700 mil.
Apesar de as Forças Armadas da Ucrânia fornecer atualizações diárias sobre o número de russos “neutralizados”, não são divulgadas informações sobre suas próprias baixas. Segundo a entidade, até 21 de fevereiro de 2024, aproximadamente 406.080 soldados russos foram “perdidos” desde o início da invasão, sem distinguir entre mortos e feridos.
A possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), é apontada como um dos principais motivos do início da guerra, mas não o único. Ainda assim, as negociações foram retomadas em 2024 e contam com o apoio dos Estados Unidos.
A justificativa de desmilitarização da Ucrânia, por parte do presidente russo, é também outra causa do conflito. Hoje, a guerra tem disputas diretas e indiretas em ambos os países. Cidades próximas a Kyeiv foram atacadas antes da capital.
A Rússia promoveu ofensivas também no leste da Ucrânia e no sul, regiões estratégicas para o país.
2 anos e 7 meses de conflito e ataques
Depois de mais de dois anos de conflito, estão sendo registrados novos ataques com mísseis em diversas cidades da Ucrânia, inclusive na capital, além da infraestrutura portuária.Entre 2023 e 2024, iniciaram-se as ofensivas ucranianas no território russo, notadamente em Moscou.
Registra-se, também, a ampliação dos ataques contra a capital ucraniana e tentativas, da Rússia, de anexar novas áreas do país vizinho. Milhares de pessoas, entre civis e militares, morreram em função da guerra.
Mais de 6,5 milhões de ucranianos buscaram refúgio em outras nações da Europa, enquanto aproximadamente 4 milhões procuram por lugares para se abrigar dentro da Ucrânia.
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