Destruição sem fim! Incêndio na Ilha do Bananal já consumiu 250 mil hectares

Os incêndios na Ilha do Bananal, no Tocantins, já consumiram cerca de 250 mil hectares em 2024, causando grande preocupação entre órgãos ambientais. A situação se agravou nos últimos dias devido ao aumento da velocidade dos ventos, que intensificou os focos de fogo, invadindo áreas previamente afetadas por queimadas. A ilha, localizada na confluência entre o Cerrado, Pantanal e Amazônia, é uma das áreas mais ricas em biodiversidade do país.

Com o avanço das chamas, o Ministério da Defesa autorizou o envio de 160 militares do Exército Brasileiro, pertencentes ao 22º Batalhão de Infantaria, para reforçar a equipe de combate, que atualmente conta com apenas 40 brigadistas. O Exército deve iniciar os trabalhos neste domingo (15), atuando inicialmente na Ilha do Bananal e, posteriormente, em outras regiões do Tocantins.

Força-tarefa enfrenta desafios no combate às chamas

As equipes de brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) enfrentam dificuldades para conter o avanço do fogo, agravadas pela falta de equipamentos. A única aeronave disponível para o combate é de pequeno porte, o que limita a capacidade de transporte de brigadistas e a eficácia das operações.

Além das dificuldades logísticas, o coordenador da força-tarefa, Bruno Cambraia, ressaltou que áreas previamente degradadas pelo fogo estão mais suscetíveis a novos incêndios, devido à predominância de capim seco que favorece a propagação das chamas. "A degradação anterior torna essas áreas menos resistentes e facilita a rápida disseminação do fogo, o que exige intervenções imediatas para minimizar o impacto", afirmou Cambraia.

Impactos sobre comunidades indígenas e pontos turísticos

O fogo também ameaça diversas aldeias indígenas na Ilha do Bananal, incluindo a Imotxi II, colocando em risco a vida de centenas de pessoas. A força-tarefa está concentrada na Mata do Mamão, onde cerca de 8 mil hectares foram destruídos, sendo essa área habitat de povos indígenas isolados.

Além dos impactos sobre as comunidades indígenas, o incêndio também afetou importantes pontos turísticos no Tocantins, como as Dunas do Jalapão e a Lagoa da Serra, que foram atingidos pelas chamas, forçando turistas a deixarem a região às pressas.

Esforços de combate e desafios climáticos

A situação na Ilha do Bananal se agravou desde agosto, quando o Ministério do Meio Ambiente deslocou dois helicópteros que atendiam a região para outros estados. Desde então, a combinação de mudanças climáticas e a redução dos recursos disponíveis para o combate ao fogo dificultou o controle das chamas.

O ICMBio e o Ibama estão revisando constantemente a alocação de brigadistas e aeronaves, considerando os cenários climáticos e as condições financeiras, buscando otimizar os recursos para enfrentar a grave situação.

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