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Criminalidade no Tocantins apresenta desafios para segurança pública e exige atenção das autoridades

Os números da criminalidade no Tocantins mostram um cenário alarmante, exigindo respostas urgentes do poder público e da sociedade. Em 2024, o estado registrou índices elevados de violência em diversas categorias de crimes, incluindo roubos, estupros e lesões corporais, colocando em evidência a necessidade de políticas públicas eficazes e integradas.

Roubo lidera estatísticas de crimes patrimoniais

Entre os crimes mais recorrentes, os roubos lideram com 1.678 ocorrências registradas ao longo do ano. Do total de vítimas, 938 eram homens e 682 mulheres, enquanto 98,8% se declararam pardas, um dado que destaca a vulnerabilidade de grupos sociais específicos.

Nos casos de roubo seguido de morte, foram contabilizadas seis ocorrências, todas envolvendo vítimas do sexo masculino. Especialistas apontam para a letalidade crescente dos crimes patrimoniais no estado, muitas vezes impulsionados por fatores como o desemprego e a desigualdade social.

O sociólogo e especialista em segurança pública Rafael Santana analisa o fenômeno: “O aumento dos roubos e da violência associada reflete o impacto de fatores econômicos e sociais que deixam uma parcela da população desprotegida. Além disso, há uma lacuna no policiamento preventivo, que precisa ser intensificado nas regiões com maior incidência de crimes.”

Violência sexual assusta pelo número de vítimas

Os registros de violência sexual no Tocantins também são alarmantes. Este ano, o estado contabilizou 153 casos de estupro, sendo 141 vítimas mulheres (92,2%) e 10 homens (6,5%).

Nos estupros de vulneráveis, os dados são ainda mais preocupantes: foram 774 casos, com 86,2% das vítimas do sexo masculino e 10,6% do sexo feminino. O elevado número de meninos entre as vítimas de vulneráveis chama atenção e levanta questionamentos sobre a ausência de proteção adequada.

Para a socióloga Juliana Azevedo, especialista em violência de gênero, o cenário exige atenção urgente. “Os números de estupro e estupro de vulneráveis são um reflexo de um problema sistêmico que precisa ser enfrentado com educação e políticas públicas voltadas à proteção das crianças e adolescentes. A ausência de campanhas de conscientização e redes de apoio facilita a perpetuação desses crimes”, afirma.

Outros crimes e o impacto na sociedade

Além dos roubos e estupros, o Tocantins registrou números expressivos de outros tipos de crimes ao longo do ano:

  • 12.000 furtos, destacando a vulnerabilidade patrimonial;
  • 11.316 ameaças, que refletem a escalada da violência verbal e psicológica;
  • 5.993 extravios perigosos, envolvendo situações de perda de bens ou documentos em contextos de risco;
  • 4.660 lesões corporais, apontando para a alta incidência de agressões físicas;
  • 4.278 injúrias, que mostram o impacto da violência moral e psicológica.

Os dados gerais mostram que 44,5% das vítimas são mulheres, evidenciando a prevalência da violência contra o público feminino. Para Ana Paula Ribeiro, advogada e especialista em direitos das mulheres, o desafio está na ausência de suporte adequado às vítimas. “As mulheres enfrentam barreiras desde a denúncia até o acesso à justiça. O Tocantins precisa fortalecer delegacias especializadas e investir em centros de acolhimento, além de campanhas que incentivem a denúncia e ofereçam apoio às vítimas”, explica.

Cidades com maior incidência de crimes

As cidades com maior população e movimentação econômica lideram os índices de criminalidade. Palmas, a capital, concentra o maior número de registros, com 24.668 vítimas. Outras cidades também apresentam números expressivos:

  • Gurupi: 5.850 vítimas;
  • Porto Nacional: 4.985;
  • Paraíso do Tocantins: 3.584;
  • Araguaína: 3.199;
  • Colinas do Tocantins: 2.291.

Essas localidades destacam a necessidade de ações mais intensas de segurança pública e políticas sociais que atuem diretamente nas comunidades.

O desafio da segurança pública

Apesar dos números alarmantes, o governo estadual ainda enfrenta desafios para implementar soluções integradas e duradouras. Especialistas concordam que apenas o aumento do efetivo policial não será suficiente. A prevenção, por meio de programas educacionais e de inclusão social, é considerada uma das chaves para reduzir os índices de violência.

“O Tocantins precisa de uma abordagem que vá além da repressão policial. É necessário investir em educação, capacitação profissional e assistência social, além de fortalecer redes de proteção às vítimas”, conclui Rafael Santana.

 

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