Teoria sugere que Vlad, o Empalador, teria vivido seus últimos anos na Itália, contrariando a versão oficial da história
O suposto túmulo de Vlad III, o Empalador, figura histórica que inspirou o personagem Drácula, pode não estar na Romênia, como sugere a tradição, mas sim em Nápoles, na Itália. A hipótese foi levantada por pesquisadores da Universidade de Tallinn, na Estônia, e historiadores italianos, em estudo que ainda gera debates na comunidade acadêmica.
A versão tradicional da história afirma que Vlad morreu entre 1476 e 1477, em combate na região da Valáquia, território que atualmente integra a Romênia. Seus restos mortais teriam sido levados ao Mosteiro de Snagov, próximo a Bucareste, embora escavações realizadas no local nunca tenham encontrado vestígios conclusivos.
🔎 A teoria italiana
Segundo os pesquisadores, Vlad teria fugido para a Itália após ser capturado pelos otomanos e, posteriormente, libertado graças à influência de sua filha, Maria Balsa, que, de acordo com documentos históricos, se casou com um nobre napolitano.
De acordo com essa narrativa, Drácula viveu seus últimos anos sob proteção da aristocracia local e faleceu em Nápoles, onde foi sepultado no Claustro de Santa Maria La Nova, no centro histórico da cidade.
O túmulo em questão é uma sepultura antiga, sem identificação precisa, que apresenta simbologias pouco comuns, incluindo figuras de dragões, cruzes e inscrições que alguns estudiosos associam à herança eslava e à Ordem do Dragão, da qual Vlad III fazia parte.
🧛♂️ Mistério que movimenta turismo e história
A hipótese, apesar de controversa, tem atraído turistas, curiosos e estudiosos ao local. Guias turísticos em Nápoles passaram a incluir o claustro em roteiros alternativos, destacando-o como possível local de descanso eterno do homem que inspirou a lenda de Drácula.
O historiador Raffaello Glinni, que liderou parte do levantamento, defende que os símbolos presentes na tumba não pertencem à iconografia cristã italiana medieval, mas fazem referências diretas à simbologia dos Bálcãs.
🚫 Sem confirmação oficial
A teoria, no entanto, não é aceita de forma unânime pela comunidade acadêmica. A maioria dos historiadores especializados em história da Romênia e dos Bálcãs defende que Vlad III morreu em batalha e que seus restos mortais, se ainda existirem, estão em território romeno.
“Não há evidência arqueológica que sustente a hipótese italiana, mas, como em toda boa lenda, a ausência de respostas definitivas mantém o mistério vivo”, afirma o historiador romeno Florin Curta, professor da Universidade da Flórida e especialista na história medieval do Leste Europeu.
📍 Entre mito, história e turismo
A especulação sobre o túmulo de Drácula em Nápoles reforça como lendas medievais continuam a impactar não só a cultura popular, mas também a economia de cidades históricas. O Claustro de Santa Maria La Nova, antes conhecido apenas por sua importância arquitetônica, agora se tornou destino de fãs da história, do cinema e da literatura de horror.
Enquanto o mistério não é solucionado, a cidade de Nápoles e a Romênia compartilham, cada uma a seu modo, o legado de um dos personagens mais emblemáticos da história e da ficção mundial.
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