Casais relatam surpresas com preços altos, especialistas avaliam impacto emocional nas compras e Procon alerta para planejamento em 2026
Mesmo com a divulgação prévia da pesquisa de preços feita pelo Procon Tocantins, muitos casais não conseguiram escapar dos altos custos das celebrações de 12 de junho. Entre flores, chocolates, vinhos e jantares, os relatos ouvidos pela reportagem indicam que o romantismo deste ano teve preço salgado — e que, para muitos, pesou no orçamento.
A pesquisa do Procon, liberada dias antes da data, apontava variações de até 60% nos preços dos produtos mais buscados. Apesar do alerta, o comportamento do consumidor mostrou que a emoção e o imediatismo continuam ditando o ritmo das compras em datas afetivas.
Com antecedência ou não, preços surpreenderam
“Mesmo com a pesquisa do Procon em mãos, a gente percebeu que os preços dispararam nas 48h antes da data. Quase nada estava mais disponível, e o que sobrou ficou mais caro”, disse Carla Sousa, moradora de Luzimangues, que comprou uma cesta personalizada para o marido dois dias antes da data. “Paguei R$ 320 por algo que custava R$ 190 na semana anterior.”
Segundo o órgão de defesa do consumidor, os buquês de flores apresentaram variação de até 55%, os chocolates gourmet, até 40%, e as cestas completas com vinho e flores ultrapassaram 60% de diferença entre lojas.
Jantares a R$ 350 por casal: amor com entrada, prato principal e dívidas
Nos restaurantes da região metropolitana, pacotes especiais variaram entre R$ 120 e R$ 350 por casal. Com reservas esgotadas rapidamente, muitos estabelecimentos aplicaram taxas extras para personalizações ou decoração temática.
O Procon reforça que consumidores devem evitar pagamentos à vista sem garantia, exigir nota fiscal e conhecer a política de troca — inclusive para produtos feitos sob encomenda. “Presentes afetivos não podem ser desculpa para práticas abusivas”, destacou a gerente de fiscalização do órgão, que reforça a importância de planejamento para os próximos anos.
Especialistas: datas afetivas aumentam risco de consumo emocional
A psicóloga e educadora financeira Renata Moraes analisa que o Dia dos Namorados é uma das datas mais críticas para o chamado “consumo emocional”. “As pessoas associam o amor à entrega de algo material. E isso, quando não há planejamento financeiro, gera frustração, ansiedade e até conflitos conjugais.”
Renata lembra que redes sociais contribuem para essa pressão. “O feed virou vitrine afetiva. Comparações são inevitáveis e podem levar casais a gastos que não correspondem à realidade financeira que vivem.”
Casais relatam reflexões e ajustes
“Esse ano a gente escolheu cozinhar juntos em casa. Foi mais íntimo, mais barato e muito mais especial”, contou Jonas Ferreira, que está há sete anos com o namorado, Gabriel. “Em outras datas, a gente já parcelou presente em cinco vezes. Hoje a prioridade é o equilíbrio.”
“Gastei mais do que devia, mas foi nossa primeira data juntos. Só que depois me arrependi de não ter pesquisado melhor”, disse Bruna Vasconcelos, que comprou presentes sem olhar a variação apontada pelo Procon.
Pauta para o próximo ano: amor planejado custa menos
A avaliação geral do pós-Dia dos Namorados indica que, mesmo com alertas públicos e variação de preços acessível via pesquisa, o fator emocional ainda comanda as decisões. Para 2026, o desafio será transformar a informação em hábito: pesquisar, antecipar, negociar e repensar o que realmente importa em uma comemoração a dois.
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