O cantor Murilo Huff entrou com pedido de guarda unilateral do filho Léo, de cinco anos, fruto de seu relacionamento com a cantora Marília Mendonça, falecida em 2021. A ação, protocolada em junho deste ano, ocorre após mais de dois anos de guarda compartilhada entre Huff e a avó materna da criança, Dona Ruth Moreira. Em pronunciamentos públicos, ambos os lados apresentaram suas versões, em tom comedido, mas marcados por dor, justificativas emocionais e apelos por respeito.
Desde a morte de Marília Mendonça, Léo vive com a avó materna em Goiânia, mas mantém convívio frequente com o pai. Até então, a guarda era dividida por acordo judicial. A nova ação rompe essa estabilidade e leva para a esfera da Justiça uma divergência antes preservada entre as partes.
No último dia 20, Murilo Huff publicou uma série de vídeos nos stories do Instagram. Sem citar diretamente o nome de Dona Ruth, o cantor afirmou que a decisão foi difícil e tomada com base em “fatos sérios” que, segundo ele, não poderiam ser revelados por estarem sob segredo de Justiça. Disse ainda que não deseja afastar o filho da família materna.
“Eu nunca pediria a guarda unilateral se não houvesse motivo. Essa foi uma das decisões mais difíceis da minha vida. Não tenho a intenção, nunca tive e nunca vou ter de afastar o Léo da família da mãe dele”, declarou.
Murilo também reforçou que participa da rotina do filho, buscando-o na escola, levando-o a atividades e mantendo acompanhamento médico e psicológico. Após ser criticado por supostamente não contribuir financeiramente com a criação de Léo, divulgou uma planilha de gastos mensais que ultrapassam R$ 15 mil. Entre as despesas apresentadas, estão mensalidades escolares, plano de saúde, acompanhamento com psicóloga, babá/enfermeira e medicamentos voltados ao tratamento da diabetes tipo 1, que Léo foi diagnosticado no fim de 2023.
A manifestação do cantor causou grande repercussão entre os fãs da cantora e do casal. As redes sociais se dividiram entre apoiadores de Huff e defensores de Dona Ruth, que por sua vez também se pronunciou publicamente.
A avó de Léo respondeu com postagens indiretas, por meio de frases bíblicas e vídeos antigos em que cuidava do neto. Em um dos textos publicados, afirmou que nunca recebeu pensão de Murilo e que mesmo assim jamais fez declarações públicas depreciando o pai de Léo.
“Mesmo sem pensão alimentícia, sempre preservei a imagem dele como pai diante do meu neto. Sempre incentivei o relacionamento entre os dois. Não sou perfeita, mas meu amor pelo Léo sempre guiou minhas decisões. Entrego à Justiça e a Deus”, escreveu.
Apesar da tensão crescente, Dona Ruth afirmou que não voltará a se pronunciar sobre o tema, por orientação judicial. A família de Marília Mendonça, incluindo o irmão da cantora, João Gustavo, manifestou apoio à matriarca.
A relação entre Murilo e Dona Ruth já teve atritos anteriores. Em 2021, meses antes do falecimento de Marília, rumores sobre interferências da mãe na vida do casal circularam na imprensa. O cantor Bruno, da dupla com Marrone, chegou a afirmar que um dos motivos para o término de Marília e Huff foi a dificuldade de relacionamento dele com a sogra.
Na ocasião, contudo, a própria Marília Mendonça nunca falou publicamente sobre o assunto. Após sua morte, Murilo e Ruth adotaram postura conciliadora em nome do neto. Em entrevistas de 2022 e 2023, ambos declaravam que a prioridade era manter um ambiente emocionalmente estável para Léo.
O processo atual tramita sob sigilo e, por isso, não há detalhes sobre o conteúdo das alegações ou prazos definidos para decisão judicial. O caso se enquadra na vara da infância e juventude, que analisará as condições de ambos os guardiões legais e o que melhor atende ao interesse da criança, conforme prevê o artigo 1.584 do Código Civil.
Especialistas ouvidos pela reportagem alertam que disputas públicas de guarda exigem cuidado extremo com a exposição das crianças. Segundo a psicóloga Letícia de Oliveira, “o desgaste emocional provocado por rupturas ou instabilidade pode afetar diretamente a saúde psíquica de crianças pequenas, mesmo que elas ainda não compreendam os trâmites legais”.
Por enquanto, não há manifestações adicionais das assessorias das partes envolvidas. O caso segue em tramitação e com repercussão intensa nas redes, com milhares de comentários expressando apoio, preocupação e pedidos de conciliação.
O que permanece evidente, até agora, é que ambos — pai e avó — alegam agir por amor e proteção a Léo. A Justiça será responsável por definir os rumos dessa convivência, com base em documentos, avaliações técnicas e no bem-estar da criança.
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