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Fumaça e silêncio: Conclave é preparado no Vaticano sem Becciu, condenado por corrupção

O Vaticano vive um de seus momentos mais solenes. A poucos dias do Conclave marcado para 7 de maio, o clima é de expectativa, cautela e forte articulação interna entre os cardeais. A instalação da chaminé na Capela Sistina — símbolo máximo da eleição papal — foi concluída nesta sexta-feira (2), selando o início do cerimonial que culminará na escolha do novo líder da Igreja Católica.

Com 135 cardeais eleitores de todo o mundo, o Conclave será o primeiro desde 2013, quando Jorge Mario Bergoglio foi eleito como Papa Francisco. A renúncia do argentino, anunciada discretamente em fevereiro e concretizada em abril por motivos de saúde e idade, abriu caminho para uma sucessão marcada por tensões internas, escândalos financeiros e disputa entre correntes conservadoras e reformistas.


Becciu fora do Conclave: pressão interna e cartas do Papa motivam renúncia

Um dos elementos que mais tensionaram o período pré-Conclave foi a presença — agora descartada — do cardeal Giovanni Angelo Becciu, condenado em 2023 a cinco anos e meio de prisão por peculato e abuso de poder. Becciu estava no centro do maior escândalo financeiro recente da Santa Sé, envolvendo uma compra fraudulenta de um imóvel em Londres com recursos da Secretaria de Estado do Vaticano.

Mesmo após a condenação, o cardeal mantinha seu direito canônico de voto. No entanto, duas cartas assinadas por Francisco — uma de 2021, outra de março de 2025 — expressavam o desejo de que ele se abstivesse da eleição. A pressão aumentou nos últimos dias, até que Becciu anunciou oficialmente sua retirada do processo em nome da “serenidade do Conclave e do bem da Igreja”.

A decisão foi vista nos bastidores como estratégica, evitando que a votação fosse contaminada por disputas morais e jurídicas que poderiam comprometer sua legitimidade. A ausência do cardeal, contudo, escancara o desafio do próximo pontífice em lidar com as feridas abertas por décadas de má gestão financeira e falta de transparência institucional.


Chaminé instalada, portas fechadas: ritual de escolha será rigoroso

A Capela Sistina foi selada nesta sexta-feira para o início dos procedimentos internos do Conclave. A tradicional chaminé, por onde sairá a fumaça preta (voto inconclusivo) ou branca (papa eleito), já está funcionando em testes. A sala onde ocorrerão as votações foi varrida por especialistas em segurança e contraespionagem, e os cardeais foram informados sobre as normas de absoluto sigilo.

O procedimento prevê até quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde. Um candidato precisa de dois terços dos votos para ser eleito — neste caso, 90 votos. Se não houver decisão nos primeiros dias, o Conclave pode se alongar, embora fontes próximas ao Colégio Cardinalício apontem que a expectativa é de uma escolha rápida.


Nomes cotados e cenários: Parolin, Tagle e o perfil desejado

Entre os mais cotados para suceder Francisco estão o cardeal-secretário de Estado Pietro Parolin, nome italiano de perfil diplomático e institucional, e o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, de linha pastoral mais próxima à de Francisco, com apelo junto às Igrejas do Sul Global.

Outros nomes correm por fora, como o húngaro Péter Erdő (conservador moderado), o canadense Marc Ouellet e o arcebispo de Boston, Sean O’Malley. O equilíbrio entre continuidade e renovação será o principal dilema: manter o legado de Francisco em temas como meio ambiente, migração e combate aos abusos, ou adotar um retorno a diretrizes mais tradicionalistas.


Opinião pública e desafio moral: herança de Francisco ainda divide a Cúria

Embora as cerimônias e rituais se mantenham imutáveis há séculos, o Conclave de 2025 ocorre sob a vigilância da opinião pública global, cada vez mais crítica quanto à forma como o Vaticano lida com escândalos, abusos e sua própria governança. A saída de Becciu foi um passo para aliviar tensões, mas as pressões por reformas profundas devem continuar.

O novo papa, quando eleito, herdará uma Igreja em transformação. Francisco abriu caminhos, provocou rupturas e deixou pontes. Cabe agora aos cardeais decidirem se a fumaça branca anunciará um nome disposto a atravessar essas pontes ou erguer novos muros.

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