Especialistas contestam narrativa nuclear e apontam disputa estratégica por rota do petróleo como motivo central da ofensiva
Por Fernanda Cappellesso | Diário Tocantinense-Desde o início da escalada de ataques entre Israel e Irã, com apoio militar direto dos Estados Unidos, pelo menos 430 iranianos morreram e mais de 3.500 ficaram feridos, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Irã e confirmados por agências como Reuters, Al Jazeera e TBS News.
Os números se referem ao período iniciado em 13 de junho, quando a ofensiva começou, incluindo bombardeios a infraestruturas críticas, como as usinas nucleares em Fordow, Natanz e Esfahan, atingidas nos dias 16 e 21 com mísseis de cruzeiro e bombas do tipo bunker buster.
Em pronunciamento oficial, o presidente norte-americano Donald Trump declarou que o programa nuclear iraniano foi “obliterado” e que, com isso, “Israel está mais seguro”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu endossou a declaração, chamando a ação de “preventiva e necessária”.
🧭 Especialistas alertam: “o alvo real é o Estreito de Ormuz”
Embora a justificativa pública seja o combate ao avanço nuclear iraniano, analistas internacionais apontam interesses estratégicos por trás da operação militar.
O general aposentado israelense e analista de geopolítica Uzi Eilam afirmou:
“Desde 1996 Israel alerta que o Irã está a meses de ter uma ogiva. Em quase 30 anos, nenhuma arma foi encontrada, nem a AIEA comprovou oficialmente.”
Já o pesquisador alemão Michael Lüders, referência em relações internacionais, destaca:
“A narrativa da bomba iraniana é uma cortina de fumaça. O que está em jogo é o controle do Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial.”
🌍 O que torna o Estreito de Ormuz tão estratégico?
Localizado entre o Irã e Omã, o Estreito de Ormuz é considerado uma das rotas marítimas mais importantes do planeta, responsável pela circulação de cerca de 20% de todo o petróleo consumido globalmente, segundo a U.S. Energy Information Administration (EIA).
Nas últimas semanas, o Irã ameaçou bloquear o canal como forma de retaliação aos ataques, elevando o alerta internacional sobre uma possível crise energética global e aumento repentino nos preços do barril de petróleo.
🕊 Reações da Rússia e da China
A Rússia classificou os ataques como ilegais, citando violação à Carta das Nações Unidas, e alertou para o risco de uma catástrofe nuclear regional. O governo de Moscou se ofereceu como mediador e reiterou que não há provas concretas de que o Irã esteja desenvolvendo armamento nuclear.
A China, por meio do presidente Xi Jinping, também se pronunciou com firmeza:
“Se o Oriente Médio estiver instável, o mundo não terá paz.”
O chanceler chinês Wang Yi declarou que os bombardeios representam uma ameaça direta à estabilidade energética mundial e pediu contenção máxima por parte das potências envolvidas.
📌 Resumo dos principais pontos:
430 mortos e 3.500 feridos: balanço oficial confirmado por agências internacionais. Narrativa nuclear contestada: não há comprovação de que o Irã esteja produzindo ogivas, segundo especialistas. Estreito de Ormuz no centro da disputa: rota estratégica por onde passa 1/5 do petróleo mundial. Reações internacionais: China e Rússia condenam os ataques e pedem diplomacia.
📣 Conclusão
Com o crescente número de vítimas, a instabilidade regional se agrava, e o verdadeiro motivo por trás da ofensiva militar — o controle de uma das mais importantes rotas de exportação de petróleo do planeta — ganha força nas análises globais. Enquanto isso, as nações observam com cautela uma escalada que pode afetar profundamente a economia, a segurança energética e a paz internacional.
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