Por Ricardo Fernandes | Diário do Alcantinense- A Justiça Federal manteve, nesta sexta-feira (27), a prisão preventiva do prefeito de Palmas, José Eduardo Siqueira Campos (Podemos), no âmbito da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal para apurar o vazamento de informações sigilosas oriundas de investigações no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Após ser submetido a exames no Instituto Médico Legal (IML), Eduardo foi conduzido ao Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Tocantins, onde permanecerá custodiado. A Câmara Municipal de Palmas será comunicada formalmente e deverá iniciar os trâmites legais para convocação do vice-prefeito Carlos Veloso (Republicanos), que pode assumir o comando do Executivo municipal interinamente.
Interceptações comprometedoras
A decisão de manter o prefeito preso foi reforçada por gravações interceptadas pela Polícia Federal, em que Eduardo faz menção ao ministro João Otávio de Noronha, do STJ. Segundo a investigação, as conversas indicam possível articulação política e jurídica com acesso indevido a dados confidenciais, o que poderia configurar tentativa de interferência em decisões judiciais.
As interceptações foram consideradas pela Justiça como indícios relevantes de que o prefeito buscava se beneficiar de um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas, com o objetivo de proteger aliados e antecipar ações policiais. O envolvimento direto de um policial civil e de um advogado também foi apontado como parte do núcleo operacional da organização.
Operação Sisamnes
A Operação Sisamnes foi deflagrada em Palmas e em outras cidades brasileiras para desarticular uma rede criminosa formada por advogados, servidores públicos e operadores políticos, suspeita de repassar, de forma indevida, informações estratégicas de investigações em curso no STJ. O nome da operação faz referência ao juiz persa Sisamnes, executado por corrupção no século V a.C.
De acordo com a Polícia Federal, a atuação do grupo comprometeu a integridade de diversos processos judiciais e representou uma grave ameaça à imparcialidade das instituições. Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, além de buscas e apreensões em escritórios e residências ligadas aos investigados.
Consequências políticas
Com a manutenção da prisão preventiva, a Prefeitura de Palmas entra em um cenário de transição institucional. A Câmara Municipal deverá ser notificada ainda nesta sexta-feira, e a expectativa é que o vice-prefeito Carlos Veloso assuma temporariamente a chefia do Executivo.
Carlos Veloso é pastor evangélico e vice-prefeito eleito na chapa de Eduardo Siqueira Campos. A definição sobre a continuidade da gestão dependerá do desenrolar do processo judicial e de eventual afastamento oficial por decisão judicial ou legislativa.
Contato com a redação
O Diário do Alcantinense acompanha os desdobramentos do caso e permanecerá em cobertura contínua dos reflexos políticos e jurídicos da operação.
Envie sua opinião ou sugestão de pauta ou nota se for envolvido para:
📩 redacao@diariodoalcantinense.com.br
Link para compartilhar: