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Trump 2: reversões, tarifas e queda de popularidade marcam novo ciclo na Casa Branca

Os primeiros cem dias do segundo mandato de Donald Trump evidenciam a disposição do presidente em cumprir as promessas mais controversas feitas durante sua campanha. Com foco em política interna, imigração e comércio exterior, as medidas já provocaram reações intensas na sociedade americana, nos mercados financeiros e entre líderes internacionais.

Entre as primeiras ações, destaca-se a revogação de diversas políticas implementadas por Joe Biden, especialmente na área de imigração. Programas como o DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) voltaram a ser ameaçados, e novas barreiras foram criadas para entrada de imigrantes de países da América Central e de regiões muçulmanas.

“Trump está reafirmando sua visão de nação fechada e soberana, com ênfase em valores nacionalistas. A diferença agora é que o ambiente político está ainda mais polarizado”, avalia a analista política americana Rachel Sadow, da Brookings Institution.

Diversidade sob ataque: cortes em programas de inclusão geram protestos

Outro alvo das primeiras medidas de Trump foram os programas federais de diversidade, equidade e inclusão (conhecidos como DEI – Diversity, Equity and Inclusion). Uma ordem executiva assinada no segundo mês de governo suspendeu verbas públicas para universidades, agências e empresas que vinculam ações afirmativas a financiamento federal.

A decisão gerou protestos em ao menos 30 campi universitários, incluindo Harvard e Stanford, e abriu uma nova frente de disputa jurídica, com ONGs e associações civis tentando barrar a ordem nos tribunais.

“Esses cortes desestruturam décadas de avanços na equidade racial e de gênero nos Estados Unidos. É um retrocesso institucional preocupante”, afirma Amanda Yates, professora da NYU e pesquisadora em políticas públicas.

Tarifas comerciais provocam reação de aliados e turbulência nos mercados

No campo econômico, Trump retomou a política de tarifas comerciais agressivas. Em março, o governo impôs novas tarifas de até 25% sobre produtos tecnológicos importados da China e sinalizou possíveis sanções sobre automóveis europeus. O movimento foi mal recebido pelos mercados, provocando queda no índice Nasdaq e aumentando a volatilidade global.

A União Europeia e o Japão criticaram publicamente a medida. Já o governo chinês anunciou medidas retaliatórias, incluindo aumento nas tarifas de produtos agrícolas norte-americanos.

O petróleo subiu 6% nas últimas semanas diante da instabilidade comercial. Investidores buscam refúgio em ativos considerados mais seguros, como o ouro, que teve alta acumulada de 9% desde fevereiro.

Aprovação em queda: maioria dos americanos reprova abordagem inicial

As decisões de Trump refletem diretamente em sua popularidade. Segundo levantamento da Pew Research Center, a taxa de aprovação do presidente caiu de 51% em janeiro para 44% em abril — um declínio acentuado, especialmente entre independentes e eleitores suburbanos.

A pesquisa também aponta aumento na rejeição entre mulheres e jovens, dois grupos fundamentais nas eleições legislativas de 2026.

“Esse início de mandato mostra que Trump está governando para sua base mais fiel, mas isso pode comprometer sua margem de manobra no Congresso e nas urnas daqui a dois anos”, avalia o cientista político Eric Davis, da Georgetown University.

Cenário internacional: aliados cautelosos e adversários alertas

A política externa de Trump ainda não teve reconfigurações formais, mas os sinais emitidos até agora preocupam aliados tradicionais dos EUA. A retirada dos EUA de grupos multilaterais de negociação climática e a suspensão de repasses para a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltaram a ser debatidas internamente.

A OTAN, por sua vez, aguarda definições sobre o compromisso americano com o pacto militar. Diplomatas da Alemanha, França e Polônia vêm manifestando reservas sobre a continuidade do apoio logístico dos EUA à Ucrânia, apesar de declarações ambíguas da Casa Branca.

“Os Estados Unidos se tornaram mais imprevisíveis. O novo mandato de Trump obriga as potências a reavaliarem alianças e estratégias”, diz Fabrice Balley, analista do International Crisis Group.

Próximos passos: Congresso, Judiciário e eleições no horizonte

A governabilidade de Trump dependerá agora da relação com o Congresso, especialmente com o Senado, onde enfrenta oposição em pautas orçamentárias. Além disso, o presidente deve indicar dois novos nomes para tribunais federais nas próximas semanas, sinalizando nova ofensiva sobre o Judiciário.

Nos bastidores, a campanha para as eleições de meio de mandato de 2026 já começou. A base republicana segue mobilizada, mas enfrenta fissuras entre o trumpismo mais radical e setores conservadores tradicionais.

Ruptura ou continuidade?

Os primeiros 100 dias do novo governo Trump sugerem um retorno à política de confronto direto — com imprensa, com opositores, com o multilateralismo e com parte da sociedade civil. A queda nos índices de aprovação mostra que o caminho será mais complexo do que no passado, especialmente diante de um país ainda dividido.

Resta saber se o presidente conseguirá manter sua agenda até 2026 ou se, como em seu primeiro mandato, enfrentará um Congresso reativo e crescentes desafios jurídicos.

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