Sua notícia diária em primeia mão!
segunda-feira 16, junho, 2025
Sua notícia diária em Primeira mão!
segunda-feira 16, junho, 2025
Desde Março de 2018

-

spot_img

Trump e Putin retomam diálogo e reacendem alerta global: nova Guerra Fria ou realinhamento estratégico?

Conversa entre líderes aborda guerra na Ucrânia, escalada no Oriente Médio e amplia redes de tensão na Europa; especialistas apontam risco de ruptura na OTAN

Diário Tocantinense-Em meio à escalada da violência no Oriente Médio e à permanência do conflito na Ucrânia, a recente conversa entre o presidente russo Vladimir Putin e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acendeu um sinal de alerta na diplomacia internacional. O diálogo, realizado por telefone no último sábado (14), marca uma reaproximação entre as duas lideranças em um momento de profundas incertezas globais — e já gera movimentações estratégicas nos bastidores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e entre aliados do Ocidente.

Segundo fontes diplomáticas, o telefonema de cerca de 50 minutos teve dois focos principais: a escalada entre Israel e Irã e o impasse na guerra entre Rússia e Ucrânia. Do lado americano, Trump expressou o desejo de um “encerramento rápido dos conflitos”, enquanto Putin afirmou estar disposto a retomar negociações com a Ucrânia após 22 de junho. Ambos mencionaram a necessidade de abrir canais de diálogo com o Irã para evitar uma guerra regional no Oriente Médio.

Guerra na Ucrânia e o risco de esvaziamento da OTAN

A possibilidade de retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos — impulsionada por sua campanha republicana de 2026 — tem gerado especulações sobre uma mudança na postura internacional americana. Durante seu mandato anterior, Trump já havia sinalizado desconforto com os custos da presença militar dos EUA na Europa e com os compromissos da OTAN.

Agora, ao retomar contato com Putin, analistas políticos apontam que uma eventual política externa mais neutra dos EUA poderá enfraquecer a coesão da aliança ocidental. O Reino Unido já declarou estado de alerta diplomático e convocou reuniões internas para revisar seus planos de defesa e cibersegurança. Em Bruxelas, líderes da OTAN pressionam por um plano de contingência caso os Estados Unidos se afastem do papel de liderança na coalizão.

Putin amplia alianças com China, Irã e Coreia do Norte

No outro eixo do tabuleiro, a Rússia consolida acordos e parcerias com países considerados críticos ao bloco ocidental. A aproximação de Moscou com China, Coreia do Norte, Irã e até mesmo com a Venezuela tem sido interpretada como uma tentativa de criar um novo bloco geopolítico. O objetivo seria ampliar o espaço de influência russa e contrabalançar o isolamento promovido por sanções impostas desde o início da guerra da Ucrânia.

Putin também ofereceu à Rússia o papel de mediadora no conflito entre Israel e Irã, sugerindo a retomada das negociações nucleares suspensas nos últimos anos. Trump, embora tenha elogiado a “efetividade” dos ataques israelenses, concordou que é necessário “voltar a negociar”.

Brasil e o grupo neutro: entre o comércio e a diplomacia

Diante da polarização crescente entre os blocos, países como Brasil, Índia, Turquia e Arábia Saudita tentam manter uma posição de neutralidade estratégica. No plano comercial, esses países continuam negociando com ambos os lados, evitando se comprometer publicamente com posições geopolíticas que possam afetar suas relações comerciais e diplomáticas.

Especialistas consideram, no entanto, que essa neutralidade pode ser insustentável a médio prazo, sobretudo se o conflito na Ucrânia se intensificar ou se a guerra no Oriente Médio escalar para uma confrontação regional ampla.

O que dizem os especialistas

Para o professor Marcos de Lima, doutor em Relações Internacionais pela UFRJ, a retomada do canal direto entre Trump e Putin representa uma virada no xadrez global:

“A diplomacia direta entre os dois líderes cria uma zona cinzenta entre cooperação e confronto. Se os Estados Unidos adotarem uma postura menos intervencionista, a OTAN terá de assumir responsabilidades maiores e revisar suas prioridades militares.”

A diplomata aposentada Ana Beatriz Gomes, ex-integrante da missão brasileira na ONU, avalia que o Sul Global vive um dilema geopolítico:

“A neutralidade que o Brasil e outros países tentam manter é compreensível, mas o avanço das alianças russo-chinesas vai obrigar os países intermediários a escolherem lado em algum momento.”

Nos bastidores da diplomacia europeia, cresce a expectativa por novas reuniões multilaterais. A Alemanha convocou para o final de junho uma cúpula emergencial para avaliar a resposta da OTAN à possível mudança de postura dos EUA. A Rússia, por sua vez, articula uma conferência com aliados asiáticos para discutir segurança energética e cooperação militar.

Link para compartilhar:

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimas noticias

 Denúncia feita ao Diário Tocantinense sobre invasão no setor Santa Maria resulta em ameaças: “Não vou me calar”, diz morador

Ricardo Fernandes | Diário Tocantinense | Colinas do Tocantins I Colinas do Tocantins (TO) — Um morador da cidade...

 EUA envia porta-aviões ao Oriente Médio e Trump minimiza ameaça do Irã: sinais do Apocalipse?

Ricardo Fernandes I Diário Tocantinense I Internacional I Washington, Tel Aviv-, Jerusalém e Brasília — O mundo acompanha com...

Opinião | Por que o mundo se comove com Israel — e silencia diante das vítimas do outro lado

Por Fernanda Cappellesso* Não é raro que a opinião pública global, governos ocidentais e grandes veículos de imprensa se unam...

“Essa onda de calor será mais intensa no Sul; em Goiás, há risco de chuvas intensas” — meteorologista do INMET, Elizabete Alves Ferreira

Diário Tocantinense- Enquanto o Sul do Brasil enfrenta uma das ondas de calor mais severas do ano, o estado...
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img

Alta em hortaliças e frutas pressiona cesta básica

Tomate, batata, manga e limão sobem mais de 20% em junho. Estado depende da Ceasa de Goiás para abastecimento...

Concurso da PM TO tem provas aplicadas e gabarito extraoficial divulgado

Seleção oferece 600 vagas para soldado; mais de 27 mil candidatos participaram da disputa. Próximas etapas incluem testes físicos...
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img