Disponíveis na Netflix, os filmes Enola Holmes (2020) e Enola Holmes 2 (2022) não são apenas aventuras envolventes no universo do famoso detetive Sherlock Holmes — são também retratos contemporâneos da luta feminina por liberdade, reconhecimento e autonomia. A personagem-título, vivida por Millie Bobby Brown, é a irmã mais nova de Sherlock e, ao contrário dos padrões impostos pela sociedade vitoriana, recusa-se a ser silenciada, moldada ou subestimada.
Em um cenário cinematográfico ainda carente de protagonistas jovens e femininas com protagonismo ativo e crítico, Enola Holmes surge como uma narrativa simbólica que dialoga diretamente com os valores celebrados no Dia Internacional da Mulher: coragem, independência, sororidade e resistência.
Enola Holmes 1: o início de uma trajetória disruptiva
O primeiro filme apresenta Enola como uma jovem criada fora das convenções sociais por sua mãe, Eudoria Holmes (vivida por Helena Bonham Carter). A trama se desenvolve a partir do desaparecimento da mãe e da tentativa dos irmãos — especialmente Mycroft — de impor a ela uma educação tradicional feminina da época: vestidos, boas maneiras e um casamento estratégico.
Enola, porém, foge desse destino. Usando sua sagacidade e habilidades de investigação, ela embarca em uma jornada por Londres e se envolve na proteção de um jovem lorde ameaçado por uma conspiração política. A trama é leve e dinâmica, mas carrega críticas ao papel feminino historicamente subordinado.
“O primeiro filme é, essencialmente, uma metáfora sobre a liberdade de pensamento feminino. Enola enfrenta o mesmo mundo que Sherlock, mas com as limitações impostas às mulheres — o que torna sua luta ainda mais significativa”, avalia a crítica de cinema Aline Mertens, especialista em representações femininas na mídia.
Enola Holmes 2: maturidade, justiça social e sororidade
Na sequência, Enola tenta estabelecer sua própria agência de detetives, mas encontra resistência em um mercado dominado por homens. Sua primeira cliente é uma jovem operária em busca da irmã desaparecida, o que a leva a descobrir uma rede de abusos em uma fábrica de fósforos — caso inspirado na história real da greve das “Matchgirls” em Londres, no fim do século XIX.
O segundo filme é mais denso, engajado e politizado. Trata de injustiças trabalhistas, da exploração de mulheres pobres e da construção de redes de solidariedade entre elas. Enola deixa de ser apenas uma jovem rebelde e assume uma postura ativa na luta por justiça.
“É um filme sobre a força coletiva das mulheres. Enquanto o primeiro trata da descoberta da própria voz, o segundo fala da potência dessa voz quando se une a outras”, destaca a socióloga Juliana Martins, pesquisadora de gênero e juventude.
Enola e o feminismo contemporâneo
Ambos os filmes têm como plano de fundo a Londres vitoriana, mas seus temas são surpreendentemente atuais. Ao falar de autonomia, independência intelectual e resistência a estigmas sociais, Enola Holmes representa milhares de meninas e mulheres que, ainda hoje, lutam para conquistar espaço e respeito.
A personagem se recusa a ser coadjuvante. Ela investiga, questiona, decide. É inteligente, irônica, sensível — e complexa. E é justamente essa construção que dialoga com os princípios do feminismo contemporâneo, que busca garantir o direito de toda mulher de ser protagonista de sua própria vida.
Representatividade jovem e impacto social
Ao focar em uma adolescente, os filmes também estabelecem um vínculo com o público jovem, especialmente meninas. Em tempos de redes sociais e discussões amplificadas sobre desigualdade de gênero, Enola Holmes funciona como ferramenta de inspiração e reflexão, ao mostrar que coragem e inteligência não têm idade — e que mudar o mundo pode começar aos 16.
A atriz Millie Bobby Brown, que também é produtora dos filmes, afirmou em entrevista que seu objetivo era “criar uma heroína que fosse divertida, real e politicamente relevante”. E conseguiu.
O que Enola Holmes representa no Dia da Mulher:
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Autonomia feminina: Enola recusa-se a ser moldada pelas expectativas da sociedade e trilha seu próprio caminho.
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Sororidade: Mulheres que se apoiam são essenciais para o avanço coletivo. A união feminina está no centro da narrativa.
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Empoderamento jovem: Protagonista adolescente que inspira outras meninas a assumirem seus desejos e lutas.
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Rompimento de estereótipos: Inteligência, coragem e astúcia não são exclusivas dos personagens masculinos.
Assista ao trailer de Enola Holmes 2:
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Onde assistir:
Ambos os filmes estão disponíveis no catálogo da Netflix, com legendas e dublagem em português.
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