Aumento de crimes no Tocantins em 2024 exige medidas urgentes na segurança pública

As estatísticas de segurança pública do Tocantins revelam um cenário preocupante de aumento de roubos e furtos em diversas regiões, conforme mostram dados do Núcleo de Coleta e Análise Estatística (NUCAE) para o ano de 2024. As informações coletadas entre janeiro e início de novembro apontam variações sazonais significativas e tendências preocupantes em diversas cidades do estado. Especialistas em segurança pública analisaram os números e enfatizaram a importância de políticas públicas mais robustas e direcionadas para conter essa crescente onda de crimes.

Roubos em Ascensão e Riscos nos Finais de Semana

Os dados mostram um total de 1.750 ocorrências de roubos no estado até o início de novembro. Palmas lidera o ranking com 742 registros, seguido por Araguaína com 334. Porto Nacional e Paraíso do Tocantins também figuram entre as áreas com maiores índices de roubo, totalizando 104 e 84 ocorrências, respectivamente. Segundo o especialista em segurança Luiz Henrique Mota, “o aumento dos roubos pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo falta de policiamento ostensivo e o crescimento da criminalidade organizada”.

A análise dos crimes por dia da semana aponta que os finais de semana, especialmente domingos e sábados, são os dias mais vulneráveis a essas ocorrências, com um total de 277 e 271 registros respectivamente. Essa concentração de crimes nos finais de semana é explicada pela maior circulação de pessoas e dinheiro nos centros urbanos e áreas de comércio, o que, de acordo com Mota, “demonstra a necessidade de operações policiais específicas para esses períodos, com patrulhamentos mais intensos e ações preventivas em locais estratégicos”.

Furtos Superam Roubos e Demandam Ações de Prevenção

Em contraste, os casos de furto, que são caracterizados pela subtração de bens sem uso de violência, superam os registros de roubo. O total de furtos alcança a marca de 11.500 casos, sendo Palmas novamente o município mais afetado, com 3.377 ocorrências, seguido de Araguaína (1.362) e Porto Nacional (809). Conforme explica o analista de segurança Carlos Alberto Freitas, “os furtos tendem a ocorrer em maior volume devido à vulnerabilidade de imóveis residenciais e comerciais, além da menor presença de forças de segurança em áreas residenciais”.

Entre os tipos de furto, destaca-se o furto qualificado, com 7.705 registros, o que inclui ações que envolvem arrombamentos e rompimentos de barreiras de segurança. Freitas aponta que “o aumento desse tipo de crime está diretamente ligado à falta de equipamentos de segurança, como câmeras de vigilância e alarmes, especialmente em áreas de menor poder aquisitivo”. Esse cenário reforça a urgência em implementar políticas de segurança mais abrangentes, que vão desde campanhas de conscientização até a instalação de tecnologias de monitoramento.

Distribuição por Regiões e os Impactos na Segurança Local

Ao analisar as Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP), observa-se que a região de Jalapão apresenta a maior concentração de crimes, com 4.490 ocorrências, enquanto Tocantins Araguaia tem 2.529. Esse panorama regional reforça a necessidade de uma distribuição mais equitativa dos recursos de segurança. “A concentração de ocorrências em determinadas RISPs sugere uma sobrecarga nas forças policiais locais, que precisam de reforço para atender à demanda crescente”, afirma Mota.

Impactos e Recomendações dos Especialistas

Os dados levantam preocupações significativas sobre a segurança pública no Tocantins. Para Freitas, “o crescimento dos índices de roubo e furto em regiões urbanas como Palmas e Araguaína reflete uma lacuna nas políticas de prevenção e uma demanda reprimida por mais policiamento comunitário”. Ele sugere que o governo estadual invista em programas de segurança comunitária, incluindo rondas frequentes e colaboração com a população local para criar uma rede de informações e denúncias.

Mota enfatiza a importância de medidas preventivas, como a instalação de iluminação pública adequada e a implementação de projetos de inclusão social, que possam oferecer alternativas para jovens em situação de vulnerabilidade. Ele também destaca a necessidade de parcerias entre o setor público e a iniciativa privada para promover uma segurança mais eficiente em locais de grande circulação.

A situação de segurança pública no Tocantins em 2024 requer uma resposta urgente e coordenada. Os índices alarmantes de roubo e furto, combinados com as demandas regionais específicas, indicam que ações isoladas não serão suficientes para conter o avanço da criminalidade. Segundo especialistas, é fundamental que o estado intensifique as ações preventivas e invista em programas de segurança integrada para promover um ambiente mais seguro para a população.

Essas recomendações ressaltam a importância de uma abordagem proativa e colaborativa entre governo, iniciativa privada e sociedade civil para construir um Tocantins mais seguro e resiliente frente aos desafios da criminalidade urbana.

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