O Tocantins está vivenciando um novembro de chuvas intensas, com volumes que superam a média histórica para o mês. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), entre os dias 9 e 10 de novembro de 2024, foram acumulados 60 mm de precipitação, representando 30% do volume total esperado para todo o mês, que é de 200 mm. Esses números reforçam um padrão mais chuvoso em comparação ao mesmo período de 2023, quando o estado enfrentou precipitações abaixo da média.
Além do aumento significativo, o INMET emitiu alertas de chuvas intensas para várias regiões do estado, prevendo volumes de até 100 mm por dia, acompanhados de ventos fortes. Esse comportamento reforça um cenário de recuperação hídrica para o Tocantins, mas também traz desafios para áreas urbanas e rurais.
Comparativo com 2023: o contraste no regime de chuvas
Em novembro de 2023, o Tocantins apresentou chuvas abaixo da média histórica, com precipitação acumulada de 160 mm. Esse déficit impactou negativamente o setor agropecuário, dificultando o plantio e a produção em várias localidades. Além disso, os baixos níveis dos rios afetaram o abastecimento de água e a geração de energia hidrelétrica.
O cenário de 2024 é bem diferente, com volumes pluviométricos já superando as expectativas. Luana Ferreira, engenheira ambiental, destaca que “as chuvas acima da média são fundamentais para a recuperação dos mananciais hídricos e para garantir a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento e irrigação”.
Impactos positivos das chuvas
- Benefícios para o setor agrícola:
As chuvas acima da média chegam em um momento estratégico para o plantio de culturas como soja e milho, essenciais para a economia do estado. O engenheiro ambiental Rafael Mendonça explica que “o regime regular de chuvas favorece a reposição de nutrientes no solo e assegura umidade suficiente para o desenvolvimento das lavouras”. - Recuperação hídrica e energética:
O aumento das chuvas também se reflete nos níveis dos rios e reservatórios, que vinham enfrentando baixas significativas nos últimos anos. Segundo especialistas, essa recuperação é essencial para a segurança hídrica e para a geração de energia hidrelétrica, que depende do fluxo regular dos rios.
Desafios das chuvas intensas
Apesar dos benefícios, as chuvas acima da média também apresentam desafios para áreas urbanas. Márcia Oliveira, bióloga especializada em gestão de recursos hídricos, alerta para os impactos ambientais e urbanos que as precipitações podem causar. “Em áreas com pouca infraestrutura, o excesso de chuvas pode intensificar processos de erosão, alagamentos e até mesmo contaminação de recursos hídricos por resíduos urbanos.”
Na capital Palmas, a força das chuvas tem causado danos em vias públicas, enquanto cidades como Araguaína registraram alagamentos em bairros periféricos. A Defesa Civil tem monitorado áreas de risco e emitido alertas para evitar deslocamentos desnecessários durante os períodos de chuvas mais intensas.
Chuvas e o equilíbrio ambiental
O regime de chuvas acima da média também tem efeitos significativos na biodiversidade local. Segundo Carla Ramos, bióloga especializada em ecossistemas do Cerrado, “as chuvas promovem a regeneração de áreas degradadas, aumentam a disponibilidade de água em nascentes e favorecem a reprodução de várias espécies nativas.”
No entanto, ela destaca que o aumento das precipitações deve ser acompanhado de políticas públicas de preservação ambiental. “É essencial que haja planejamento para aproveitar as chuvas de forma sustentável, evitando danos ambientais e sociais.”
Com chuvas acima da média em novembro, o Tocantins vive um cenário de contrastes em relação a 2023. Enquanto o aumento das precipitações beneficia setores como agricultura e energia, também traz desafios para a infraestrutura urbana e a gestão ambiental. Planejamento e monitoramento são essenciais para garantir que os benefícios das chuvas superem os impactos negativos, consolidando um futuro mais sustentável para o estado.
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