Tocantins e Maranhão enfrentam crise após colapso estrutural que causou vítimas fatais e preocupações ambientais.
Nesta segunda-feira (23/12), o ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou ao trecho da rodovia BR-226 onde parte da Ponte Juscelino Kubitschek desabou, conectando os municípios de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão. A tragédia, ocorrida na tarde de domingo (22), resultou na morte de duas mulheres e deixou pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Dois caminhões que transportavam ácido sulfôrico e outras substâncias perigosas caíram no Rio Tocantins, agravando a situação com potenciais riscos ambientais.
Autoridades acompanham buscas e avaliam impactos
Renan Filho estava acompanhado pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Fabrício Galvão, e pelo governador do Maranhão, Carlos Brandão. No local, eles coordenaram as buscas por desaparecidos e discutiram os próximos passos para a reconstrução da ponte.
“O foco principal neste momento é salvar vidas e conter os impactos ambientais provocados pelo colapso. Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança das populações atingidas e minimizar os danos ao ecossistema local”, afirmou Renan Filho em entrevista.
O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), não confirmou presença na comitiva, mas equipes estaduais de emergência foram mobilizadas para apoiar as ações no local.
Situação ambiental e recomendações à população
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do Tocantins emitiu um alerta às populações ribeirinhas de Aguiarnópolis, Tocantinópolis e outras cidades nas margens do Rio Tocantins. A recomendção é evitar qualquer contato direto com a água do rio no trecho afetado, incluindo banhos e consumo de água, devido à presença de produtos químicos perigosos. Equipes técnicas avaliam a qualidade da água e planejam ações para conter a contaminação.
A BRK Ambiental, responsável pelo fornecimento de água tratada na região, garantiu que o abastecimento dos municípios não foi comprometido, pois a captação ocorre em fontes subterrâneas.
Desdobramentos do acidente
Até o momento, pelo menos 10 veículos foram identificados como submersos, incluindo quatro caminhões, três automóveis e três motocicletas. Uma mulher de 25 anos foi encontrada sem vida, e outra vítima fatal ainda não foi identificada. As buscas por desaparecidos seguem suspensas temporariamente devido aos riscos associados à carga química dos caminhões.
Equipes da Marinha do Brasil, Bombeiros Militares e PRF estão no local. Mergulhadores especializados foram deslocados de Palmas para auxiliar nas operações.
Reconstrução e impacto econômico
A Ponte Juscelino Kubitschek era um eixo estratégico para a integração entre o Tocantins e o Maranhão, com alto fluxo de transporte de cargas e passageiros. A interrupção da rota gerou impactos imediatos na logística regional. O DNIT anunciou que medidas emergenciais serão discutidas, incluindo a instalação de uma estrutura provisória enquanto as obras de reconstrução são planejadas.
Ricardo Fernandes Almeida, diretor-geral do “Diário Tocantinense”, destacou a importância de soluções ágeis para minimizar os prejuízos. “Este é um momento de solidariedade, mas também de ações concretas para restabelecer a normalidade o mais rápido possível. A ponte não é apenas um elo entre estados, mas um motor econômico para toda a região”, afirmou.
Rotas alternativas
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou rotas alternativas para quem precisa atravessar entre os dois estados:
- Sentido Tocantins para Maranhão: Acessar a TO que liga Darcinópolis a Luzinópolis; seguir pela BR-230 até São Bento/TO; em seguida, tomar a direção para Axixá/TO e Imperatriz/MA.
- Sentido Maranhão para Tocantins: Acessar a BR-226 em Estreito/MA; seguir para Porto Franco/MA e, então, pela BR-010 até Imperatriz/MA; atravessar pela Ponte Dom Affonso Felippe Gregory para Sítio Novo do Tocantins.
Próximos passos
As investigações sobre as causas do desabamento serão conduzidas por engenheiros do DNIT e peritos. Especialistas apontam que a estrutura, inaugurada em 1985, já apresentava sinais de desgaste devido à falta de manutenção adequada.
Carlos Silva, engenheiro civil especializado em infraestrutura rodoviária, alertou sobre a importância de investimentos em manutenção preventiva. “Infraestruturas como essa precisam de inspeções regulares e intervenções rápidas para evitar tragédias. Este caso é um alerta para todo o país”, afirmou.
A sociedade aguarda respostas rápidas e medidas eficazes para evitar que tragédias como esta se repitam, ao mesmo tempo em que se solidariza com as vítimas e seus familiares.
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