Levantamento mostra cenário indefinido, com alta taxa de indecisos e influência crescente do governador Wanderlei Barbosa, fora da disputa
A um ano e meio das eleições de 2026, o cenário para o governo do Tocantins começa a se desenhar com empate técnico entre os senadores Eduardo Gomes (PL) e Professora Dorinha (União Brasil). Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas, ambos lideram as intenções de voto com 27,1% e 26,4%, respectivamente, dentro da margem de erro de 2,5 pontos percentuais.
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de abril, em 60 municípios tocantinenses, e ouviu 1.610 eleitores. Os dados revelam uma disputa polarizada entre dois nomes consolidados no Senado, mas também indicam que boa parte do eleitorado ainda não definiu seu voto.
Corrida aberta e fragmentação no segundo pelotão
Na sequência da disputa, o vice-governador Laurez Moreira (PDT) aparece com 11,9%, seguido pelo deputado estadual Amélio Cayres (Republicanos) com 8,5%, o senador Irajá (PSD) com 7,3% e Paulo Mourão (PT) com 7%. Já os que se declaram indecisos, além dos que votariam branco ou nulo, somam 11,9% do eleitorado — um número expressivo que reforça o grau de indefinição no estado.
Em um cenário testado sem a presença de Eduardo Gomes, Dorinha salta para 37% das intenções de voto, enquanto Laurez sobe para 14,6%, indicando que a senadora pode concentrar votos em um cenário de ausência do adversário direto.
Wanderlei Barbosa fora da disputa, mas ainda no centro do jogo
Embora não possa concorrer à reeleição, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) permanece como um dos nomes mais influentes do estado. Ele foi citado espontaneamente por 10,7% dos entrevistados, o que o coloca à frente de qualquer outro nome na lembrança do eleitor sem apresentação de lista.
Mesmo sem estar no páreo, Wanderlei mantém índices expressivos de aprovação: 76,7% aprovam sua administração, e 55,6% a classificam como boa ou ótima. Seu desempenho o posiciona como potencial fiador político da disputa, e um eventual apoio poderá redesenhar o mapa eleitoral.
Perfil do eleitorado e potencial de crescimento
A pesquisa ainda mostra como Eduardo Gomes e Dorinha se posicionam perante diferentes segmentos do eleitorado. O senador se sai melhor entre homens (30,8%) e eleitores com ensino médio completo (29,6%), enquanto a senadora tem vantagem entre mulheres (28,2%) e nas faixas etárias entre 35 e 59 anos. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o desempenho é equilibrado, com leve vantagem para Gomes.
Ambos têm recall considerável, mas a baixa lembrança espontânea — 3,2% para Dorinha e 2,3% para Eduardo — evidencia que o eleitorado ainda não está mobilizado, e há espaço para crescimento e reconfiguração das intenções ao longo dos próximos meses.
Estratégia e articulação serão determinantes
Com a ausência de Wanderlei Barbosa como candidato, a disputa de 2026 será marcada pela formação de alianças e pela influência dos apoios regionais. Os principais pré-candidatos já se movimentam para ampliar bases eleitorais, construir narrativas e explorar suas atuações parlamentares como trunfos.
Dorinha aposta no legado da educação e na visibilidade nacional do União Brasil, enquanto Eduardo Gomes deve explorar sua ligação com o governo federal e o respaldo de grupos conservadores. Nos bastidores, o grupo ligado a Wanderlei Barbosa observa o avanço das pré-campanhas para decidir com quem caminhará em 2026 — uma definição que poderá ser decisiva para o desfecho da disputa.
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