Ex-ajudante de ordens do ex-presidente é acusado de obstrução de justiça e violação de medidas cautelares. STF trata Cid como peça-chave na delação sobre tentativa de golpe de Estado.
📝 Por Ricardo Fernandes | Diário Tocantinense – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, voltou a ser preso pela Polícia Federal por decisão do Supremo Tribunal Federal. A nova detenção se deu por suspeita de obstrução de justiça e descumprimento de medidas cautelares, como o uso da tornozeleira eletrônica, conforme apuração dos investigadores da operação que apura os atos antidemocráticos e a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Cid, que já havia sido preso preventivamente em 2023 por fraudes em certificados de vacinação, havia sido solto mediante acordo de delação premiada. No entanto, a nova prisão foi decretada após indícios de que ele tentou manipular provas e coagir testemunhas.
📂 Personagem central no inquérito do golpe
Na delação homologada pelo STF, Mauro Cid confirmou que participou de reuniões com Jair Bolsonaro, onde teria sido apresentada uma minuta de decreto para instaurar estado de sítio, intervir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e prender ministros do Supremo. Segundo ele, Bolsonaro teria revisado pessoalmente o conteúdo do plano golpista.
Durante os depoimentos prestados entre os dias 9 e 13 de junho de 2025, o militar reafirmou sua versão diante da ministra Cármen Lúcia, relatora do inquérito. A delação de Cid é considerada estratégica para as investigações que envolvem outras figuras militares, ministros da gestão Bolsonaro e ex-parlamentares aliados.
🧾 Histórico das prisões e delações de Mauro Cid:
Data | Evento |
---|---|
3/mai/2023 | Prisão por falsificação de vacinação (Operação Venire) |
set/2023 | Solto com tornozeleira e acordo de delação |
22/mar/2024 | Nova prisão por obstrução e quebra de cautela |
3/mai/2024 | Liberdade com novas restrições e colaboração em andamento |
18/fev/2025 | Indiciado formalmente por golpe e organização criminosa |
13/jun/2025 | Depoimento no STF confirmando participação de Bolsonaro nos planos |
📢 Espaço para defesa
A reportagem do Diário Tocantinense entrou em contato com a defesa de Mauro Cid, que ainda não se pronunciou oficialmente até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação pelo e-mail: redacao@diariotocantinense.com.br
📌 Conclusão
A nova prisão de Mauro Cid eleva a temperatura política em Brasília e coloca ainda mais pressão sobre os aliados de Jair Bolsonaro. A delação do ex-ajudante de ordens está no centro de um dos inquéritos mais sensíveis do país. O STF deve seguir ouvindo testemunhas nos próximos dias, enquanto a defesa do ex-presidente tenta contestar os depoimentos.
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