Uma série da Netflix intitulada “O homem com mil filhos” expõe a história de Jonathan Meijer, um youtuber holandês de 43 anos que doou sêmen de forma desordenada para centenas de mulheres em vários países ao longo dos últimos 17 anos. A série de três episódios revela como mães que se sentiram enganadas por Meijer uniram forças para impedir que ele continuasse suas doações e evitar o nascimento de mais crianças.
O programa destaca que, além de doações a bancos de sêmen, Meijer também realizou doações de forma privada. Ele possui filhos em diversos países, incluindo Holanda, Argentina, Áustria, Itália, França, Sérvia, Ucrânia, Alemanha, Polônia, Hungria, Reino Unido, Suíça, México, Romênia, Quênia, Canadá, África do Sul, Rússia, Estados Unidos, Suécia e Dinamarca.
Apesar de não haver relatos oficiais de doações de sêmen no Brasil, a série menciona que Meijer tem filhos na Argentina, sem especificar a quantidade. “Nós duas fizemos as contas e calculamos que ele deve ter feito milhares de filhos”, diz um dos relatos na série.
Em 2017, um médico de uma clínica na Holanda recebeu uma denúncia anônima que levou à descoberta de Meijer. No ano passado, a Justiça determinou que ele está proibido de fazer novas doações de sêmen em qualquer lugar do mundo. Caso descumpra a decisão, ele deverá pagar uma multa de 100 mil euros por doação.
A situação ganhou destaque internacional quando o New York Post revelou a identidade de Meijer, antes mantida em sigilo pela mídia local, a pedido das vítimas. A série da Netflix sugere que o número de filhos de Meijer pode ser até três vezes maior do que o título sugere.
Em resposta à série, Meijer publicou vídeos nas redes sociais, onde se recusou a participar da produção. Ele afirmou que suas intenções eram boas, dizendo que queria ajudar as famílias sem os custos elevados das clínicas de fertilização. “Me sinto muito feliz por ter sido doador e fico feliz que cada criança nasça saudável e complete a vida das famílias”, disse Meijer.
Ele também se defendeu das acusações de que mentiu para os receptores, explicando que nem doadores nem clínicas são obrigados a compartilhar a quantidade de descendentes. Meijer argumentou que era comum nas clínicas os pais pagarem para que um doador fosse exclusivo, algo que ele nunca praticou. Ele justificou seu comportamento afirmando que sempre foi transparente sobre o número aproximado de filhos que gerou.
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