Yakisoba, lamen, gyoza e udon podem estar contaminados.

Da Redação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta quinta-feira, 22, o recolhimento de massas alimentícias da empresa BBR INDUSTRIA E COMERCIO DE MACARRAO LTDA (Keishi) que usaram o aditivo alimentar propilenoglicol, da marca Tecno Clean Industrial Ltda.

Segundo a Anvisa, a medida ocorre após uma inspeção que identificou que a empresa adquiriu e usou a substância contaminada como ingrediente na linha de produção de suas massas.

A medida faz parte da investigação sobre o caso do propilenoglicol contaminado com etilenoglicol que causou intoxicação e morte de animais, fornecido pela empresa Tecno Clean. O órgão de vigilância sanitária realizou inspeção na empresa Keishi e verificou que a empresa também adquiriu e usou o referido insumo contaminado como ingrediente na linha de produção.  

Anvisa também alerta que a Keishi é responsável pela produção e comércio de vários tipos de massas orientais, tais como udon, yakisoba, lamen, e também massas de salgados, como gyoza, vendidos na forma de massas congeladas.

Por isso, conforme orientação da agência sanitária, empresas que tenham as massas da Keishi não devem comercializá-las e nem as utilizar. Já os consumidores que tenham comprado os produtos também não devem fazer uso.

A Anvisa orienta ainda que se o consumidor não encontrar a data de fabricação no rótulo das embalagens, ele deve entre em contato com a empresa para confirmar sua fabricação. Caso o consumidor não tenha certeza da data de fabricação, a orientação é não consumir as massas.

Outro caso

No início deste mês a Anvisa chegou a determinar o recolhimento e a proibição da comercialização, distribuição, manipulação de dois lotes do propilenoglicol (AD5035C22 e AD4055C21) contaminados. Mas, o propilenoglicol adulterado, segundo as investigações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), chegou a ser usado na fabricação de petiscos para cachorros e pode ter sido responsável pela morte de ao menos 40 animais.

Entenda 

O caso aconteceu no início do mês e levou a Polícia Civil investigar três marcas de petiscos por suspeita de contaminação por monoetilenoglicol: Dental Care, Every Day e Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar.

Foram relatados mortes de pets em pelo menos oito estados, além de Minas Gerais e do Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe e Goiás.

A substância, que é tóxica e pode levar à insuficiência renal, já tinha sido detectada por meio de necropsia realizada pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em um dos animais mortos.

O que é etilenoglicol?

O etilenoglicol é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática quando ingerido, podendo inclusive levar à morte. Não há autorização para uso dessa substância em alimentos.   

O que é propilenoglicol?

O aditivo alimentar propilenoglicol (INS 1520) é autorizado para alguns alimentos, porém não é permitido para uso na categoria de massas alimentícias, conforme RDC nº 60/2007.? O seu uso por muitas indústrias de alimentos se dá também nos processos de refrigeração, sem contato direto com o alimento e, assim, não necessariamente há risco para o consumo dos produtos das empresas que adquiriram o insumo contaminado.  

Ações em andamento 

A Anvisa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e os órgãos de vigilância sanitária locais seguem com a investigação minuciosa e realizando inspeções diárias nas empresas envolvidas.  

As informações sobre as empresas e a rastreabilidade do produto continuam sendo atualizadas diariamente e, assim, continua o processo de investigação dos fatos.  

Ainda não foi protocolado nenhum recolhimento voluntário junto à Anvisa, mas todas as empresas envolvidas estão sendo rigorosamente acompanhadas e, se for verificada necessidade de recolhimento, a Anvisa fará sua determinação.

 

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