Diante deste cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já alertou para o risco da volta da paralisia infantil no Brasil.

Da Redação

As autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram, na última quinta-feira, 22, o primeiro caso de poliomielite, também chamada de pólio ou de paralisia infantil, desde 2013 no país. Segundo o documento “Alerta epidemiológico" da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o caso foi identificado no condado de Rockland, no subúrbio da cidade de Nova York. O jovem adulto teria apresentado sintomas da doença, como a paralisia, e chegou a ser hospitalizado.

A investigação do caso anda para a ideia de que este seja um caso importado de pólio, já que o paciente não foi vacinado contra a doença. No entanto, ele teria sido exposto a um poliovírus de tipo 2 derivado de vacina oral, a famosa vacina da gotinha, que contém o vírus atenuado (enfraquecido, mas "vivo"). A fórmula não é usada nos EUA.

Após o registro do caso a OPAS/OMS deliberou um alerta nacional para que demais países alcancem e mantenham alta cobertura (>=95%) com a vacina contra a poliomielite, tanto a nível nacional como subnacional. Os países que ainda não introduziram a segunda dose de IPV (IPV2) devem fazê-lo o mais rápido possível.

Brasil

Nos últimos anos, as taxas de vacinação contra a poliomielite no Brasil caíram consideravelmente. Mesmo antes da pandemia de COVID-19, a vacinação contra a poliomielite estava abaixo da meta de cobertura recomendada de 95% ou mais para evitar a reintrodução do vírus. Durante a pandemia - que afetou os serviços de saúde em toda a região, incluindo a vacinação de rotina - a cobertura da vacinação contra a poliomielite continuou a diminuir. 

Em 2020, apenas 80% das crianças receberam a terceira dose da vacina contra a poliomielite necessária para a imunização completa, em comparação com 87% em 2019. Se essa tendência na cobertura vacinal continuar, há um alto risco de ocorrência de surtos.

Diante deste cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já alertou para o risco da volta da paralisia infantil no Brasil, já que um menor número de crianças são imunizadas contra este vírus, que pode ter consequências permanentes na vida do indivíduo.

"Há uma grave possibilidade de a pólio ressurgir no Brasil, como foi com o sarampo, em 2018. Por isso, precisamos chamar a atenção para o risco e para a necessidade de vacinação”, reforça Dilene Raimundo do Nascimento, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em nota.

O que é poliomielite?

A pólio é considerada uma doença contagiosa, causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus. A infecção pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia dos membros inferiores e o óbito. Este risco é maior em crianças com menos de cinco anos não vacinadas.

Apesar de existirem vacinas seguras e eficazes, a pólio permanece uma doença endêmica no Afeganistão e no Paquistão. Por causa das quedas globais nas taxas de vacinação, casos esporádicos da condição foram relatados em outras partes do mundo, como nos EUA.

 

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