As investigações apontam que o esquema envolvia atiradores esportivos, que vendiam suas armas em mercado paralelo e depois abriam boletim de ocorrência para registrar um falso furto ou roubo.

Redação

Na manhã da última quarta-feira, 03, uma operação da Polícia Civil do Tocantins, desarticulou um esquema envolvendo um sargento da Polícia Militar. A apuração levou a investigação a um suposto esquema de comércio ilegal de armas de fogo no Tocantins. 

Entenda

Conforme o apurado pelo DT, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços, incluindo clubes de tiros no município de Araguaína. 

As investigações apontam que o esquema envolvia atiradores esportivos, que vendiam suas armas em mercado paralelo e depois abriam boletim de ocorrência para registrar um falso furto ou roubo.

Durante a manhã, os agentes da Polícia Civil apreenderam um arsenal, com várias armas e munição de dez calibres diferentes. Até o momento, 14 pessoas foram detidas suspeitas de envolvimento, quatro delas acabaram sendo presas. Não se sabe o papel do sargento no envolvimento do caso. 

Dentre os alvos investigados também há um empresário e um agente administrativo do sistema penal, cujo os nomes não foram divulgados.

Esquema 

As investigações da Polícia Civil também levaram a áudios enviados entre os acusados que revelavam o esquema. (reprodução TV Anhanguera).

Nos áudios os investigados comentam sobre a questão do registro do boletim registrado por causa de uma arma roubada. Os nomes não foram divulgados, mas um deles aparenta estar preocupado se a polícia não conseguir encontrar a pessoa que levou a arma. Veja o diálogo:

Investigado - "Fui lá. Pra saber o negócio como é que tinha sido e tal, entendeu. Se tinha sido tudo certo. Diz que vão pra poder pedir não sei o que d*** para ver se acha as imagens para ver se vê o ladrão." (sic)

Investigado - "O meu Deus do céu. Tão muito interessadinho. Sai fora! Dá em nada não. Falei que isso não ia dar em nada".

Investigado - "Medo de quê moço, acalme seu coração. Medo de quê? Dá nada, pô..."

Investigado - "Aí é fazer aquele velho procedimento, vender e fazer o boletim de ocorrência".

Um dos investigados ainda comenta sobre o receio de que o esquema seja descoberto, e fala de possíveis orientações caso tenham que dar algum tipo de explicação às autoridades. 

Confira:

Investigado - "Se cair, isso aí é arma restrita, eu acho que não tem nem fiança para essas "bicha" aí. Não vai ficar preso não, mas tem que se virar pra lá, porque se pegar "nóis", tamo f***, ó. O único medo que eu tenho não é nem de vender, é que se esses cara cair. Com fé em deus que isso não vai acontecer, mas aí é só sustentar a mesma coisa, falar a mesma coisa, não fica mudando de discurso não".

Nota 

Em nota a Polícia Militar do Estado afirmou que tem acompanhando de perto o caso

A Polícia Militar do Estado do Tocantins informa que foi acionada para acompanhar, durante a manhã desta quarta-feira, 3, por meio da Corregedoria do 2º BPM, as diligências da Operação Clandestino, realizada pela Polícia Civil. Um policial militar, de 36 anos, foi alvo de busca e apreensão. O objeto da ação envolve a comercialização de armas e munições por clubes de tiro e sócios.

A Polícia Militar já adotou as medidas preliminares para apuração interna e está acompanhando o caso. Por fim, reafirma à sociedade seu compromisso com a legalidade e imparcialidade, no exercício de sua nobre função pública.


 

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