Porque, o que uniu esses amantes não foi love. Only interests

Iltami Rodrigues

Thais Oyama, no livro "Tormenta: crises, intrigas e segredos", lançado este ano, revela que Bozo e família são bipolares. Um raciocínio que produz sentenças do tipo: quem “não é amigo, é inimigo”.

A família presidencial acha e, o chefe do clã mais ainda, que será traída em algum momento e desconfia de quase todos à volta, sobretudo após a ascensão ao Planalto.

Isso vale para o entrevero do momento: a possibilidade anunciada de retirar o ministério da segurança pública do ex-juiz Sérgio Moro.

A relação Bozo/Moro surgiu de movimentos calculados de ambos. Com Moro no governo, Jair se pintaria de intolerante com a corrupção.

Pausa pra rir...

Moro, por outro lado, imaginou que, na esplanada, poderia romper o provincianismo de um ex-juiz de piso, potencializar ainda mais seu nome e voar alto, obtendo, por exemplo, uma vaga no supremo, com o beneplácito do chefe. Ou, de posse de seu capital político, testá-lo nas urnas, nesse caso sem a aquiescência do Bozo, se o cargo for a Presidência da República, por motivos óbvios.

Essa era uma questão para ser decidida mais à frente. 2021 ou mesmo 2022. Para azar do Serginho, o Bozo só pensa em duas coisas desde colocou a faixa presidencial: na sua reeleição e na proteção de sua família, cujas ligações mais do que suspeitas com milicianos, até o mundo mineral têm conhecimento, diria o Mino Carta.

Nos dois temas, Moro é peça decisiva e precisa ser enquadrada. No primeiro, a ideia é enfraquecê-lo politicamente. Ministério da Justiça e Segurança Pública juntos significa muito dinheiro e visibilidade. Sem a Segurança Pública, o ministro perderá 80% do orçamento que hoje controla, segundo o site Congresso em Foco.

Sem ele, será quase um qualquer no governo. De outro lado, o objetivo pessoal, a blindagem da família miliciana. Para o Bozo, a segurança do clã não deve estar nas mãos de um potencial adversário político no futuro.

Alberto Fraga, o cotado para assumir o possível recriado MSP, é velho conhecido de Bolsonaro dos tempos da carreira sem fim que ele construiu na câmara federal. Portanto, muito mais confiável que o ex-juiz curitibano.

O balão de ensaio foi lançado. Jair pode recuar? É do seu feitio, para depois retomar de onde parou.

Moro pode aceitar ser reduzido no governo? Sim. A garganta do Serginho é larga. Já engoliu muitos "cururus" desde que se mudou para o planalto central.

Porém, pode ser que a elasticidade de sua jugular tenha chegado ao limite. No entanto, parece claro que essa relação é discutida desde que começou e se o resultado, neste momento, não for o rompimento.

O será mais à frente. Porque, o que uniu esses amantes não foi love.

Only interests.

Viva o Brasil!!!

 

Iltami Rodrigues da Silva

É Historiador, mestre em Ensino de História e professor

iltamicolinas@hotmail.com

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