Yoris era a substituta de María Corina Machado, que teve os direitos políticos suspensos pelo Tribunal Supremo da Venezuela, apesar de ter recebido mais de 92% dos votos nas primárias.

Redação

A tentativa frustrada da professora Corina Yoris de se candidatar à Presidência da Venezuela como principal adversária de Nicolás Maduro virou uma manifestação crítica do Ministério brasileiro das Relações Exteriores sobre o processo eleitoral no país vizinho. 

Ao longo da segunda-feira, 25, a oposição divulgou vídeos para mostrar que o sistema do Conselho Nacional Eleitoral não aceitava a inscrição da filósofa Corina Yoris. Yoris era a substituta de María Corina Machado, que teve os direitos políticos suspensos pelo Tribunal Supremo da Venezuela, apesar de ter recebido mais de 92% dos votos nas primárias.

Nesta terça, 26, o governo brasileiro manifestou que “acompanha com expectativa e preocupação” o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela. O prazo para a inscrição das candidaturas para o pleito presidencial marcado para o dia 28 de julho terminou na madrugada de terça sem que o bloco opositor majoritário, Plataforma Unitária, pudesse inscrever a candidata.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os Acordos de Barbados”, expressa a nota divulgada pelo Ministério das relações Exteriores.

De acordo com o Itamaraty, “o impedimento da candidata não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”. A nota especifica ainda que onze candidatos ligados a correntes de oposição conseguiram o registro, entre eles o governador do estado de Zúlia, Manuel Rosales.

O Itamaraty ainda afirma que “o Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”.

O governo brasileiro conclui a nota reiterando “repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.

Resposta da Venezuela

Após a manifestação do governo brasileiro, o ditador Nicolás Maduro, reagiu ao comunicado afirmando que a mensagem brasileira continha “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.

“O governo venezuelano tem mantido uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações amistosas com o Brasil, em nenhuma hipótese emite nem emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais que ocorrem naquele país. Consequentemente, tem a moral para exigir o mais estrito respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos e na nossa democracia, uma das mais robustas da região”, diz a nota da chancelaria venezuelana.

“A Venezuela repudia a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são emitidos comentários carregados de profunda ignorância e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”, finaliza o texto.

 

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