A oito dias do primeiro turno da eleição, VEJA, SBT, Estadão/Eldorado, NovaBrasil FM e CNN Brasil realizam penúltimo debate.

Da Redação

Os candidatos à presidência da República nas eleições deste ano participam neste sábado, 24, de mais um debate televisionado. O evento foi promovido pela emissora SBT, em parceria com a CNN, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra.

Participam do evento os candidatos Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D"Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não comparecer.

O movimento foi marcado por críticas à ausência do ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas, e acusações, feitas pelas candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), de corrupção no governo Jair Bolsonaro (PL).

Ao iniciar a rodada, a candidata Soraya Thronicke afirmou: "Uma sabatina, um debate, é como uma entrevista de emprego. Você aí na sua casa contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece o seu voto de maneira nenhuma".

Se referindo a Bolsonaro, Soraya chegou a comentar que nas eleições de 2018, apoiou Bolsonaro, mas que ele "abandonou" as bandeiras que dizia defender, como a anticorrupção, e gerou "decepção" na população. A candidata do União Brasil também afirmou que Bolsonaro "traiu" a nação brasileira.

"Ajudei a eleger Jair Bolsonaro e não me arrependo, porque era necessário tirar o PT do poder. Sabe o que que eu sinto? O meu sentimento? Decepção e tristeza, como muitos brasileiros. Não me arrependo porque foi necessário e eu acreditei", afirmou.

"Acreditei muito, com veemência, mas ele (Bolsonaro) abandonou essas bandeiras, foi ele que abandonou. Eu continuo com elas, ele traiu o nosso partido, eu continuo nele. Eu continuo no mesmo lugar. Essa pergunta tem que ser pra ele. Por que é que ele traiu a nação brasileira? Ele que traiu", acrescentou Soraya.

Bolsonaro pediu direito de resposta porque disse que estava sendo chamado de corrupto. O direito de resposta foi concedido e o presidente afirmou que as candidatas Soraya Thronicke e Simone Tebet teriam, como senadoras, ajudado a derrubar o veto dele sobre o chamado "orçamento secreto", conhecido pela falta de equidade na distribuição dos recursos e pela falta de transparência."As duas senadoras votaram para derrubar o veto do dito orçamento secreto. A senadora Soraya em matéria fez uso de R$ 114 milhões do dinheiro do orçamento secreto. Esse orçamento é privativo do parlamento brasileiro, nós apenas executamos. Eu não posso indicar tantos milhões para fazer tal obras em tal local, quem indica são deputados e senadores", disse Bolsonaro.

Simone Tebet (MDB-MS) disse que Bolsonaro, no início da pandemia, não queria pagar R$ 600 de auxílio emergencial. A emedebista também afirmou que Bolsonaro demorou a comprar vacinas contra a Covid-19, o que prolongou a duração das medidas de restrição social.

Em tom feroz afirmou: "Repito, (Bolsonaro) é insensível à dor alheia. Sabe por que ficamos tanto tempo em casa, mais do que a média do mundo? Porque ele negou a vocês vacina. Quarenta e cinco dias de atraso, eu estava lá. Eu vi o esquema de corrupção como se a vida pudesse valer um dólar que era o que o Ministério da Saúde queria cobrar de uma empresa para comprar vacina pra colocar no seu braço. É este presidente insensível, que virou as costas para o povo brasileiro, que quer de novo seu voto", disse Simone Tebet.

Sobre o questionamento quanto aos cortes orçamentários, Bolsonaro afirmou que a "responsabilidade de governar é do Executivo e do Legislativo" e que Tebet, como senadora, poderá sugerir mudanças no Orçamento. "O Orçamento é feito a quatro mãos, Executivo e Legislativo. Não é justa, não é verdadeira essa acusação de cortar dinheiro para merenda porque o Orçamento não foi votado ainda", afirmou.

Em sua pergunta, Tebet também afirmou que Bolsonaro "não respeita as mulheres" e, na réplica, disse que não fará um "governo corrupto" caso eleita, criticando as emendas de relator conhecidas como orçamento secreto. "Vamos aos fatos, você não trabalha, anda de jetski e moto, e não conhece a realidade do Brasil", disse. "Tirou dinheiro de creches e de escola sim, sabe para quê? Para pagar o orçamento secreto, para comprar apoio no Congresso Nacional. Isso é corrupção", completou.

O segundo bloco, seis jornalistas, representando cada um dos veículos do pool, escolheram dois candidatos onde cada um direcionou sua pergunta a dois candidatos: um para responder e outro para comentar a resposta. 

Terceiro Bloco 

No terceiro bloco, Soraya chegou a fazer uma "charada" de "o que é, o que é" referindo-se ao presidente Bolsonaro ao perguntar para Felipe d?Ávila (Novo). "O que é, o que é? Não reajusta a merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado. Tira remédio da Farmácia Popular, mas mantém a compra de Viagra. Não compra vacina para a Covid, mas distribui prótese peniana para os seus amigos. O que é, o que é?", afirmou.

Na vez de Ciro Gomes (PDT) não faltou críticas a Lula. "Lula não veio ou por estar com salto alto, acha que já ganhou e, portanto, desrespeita a todos nós, seus oponentes, e desrespeita principalmente a você. Mas ele não veio mesmo porque não tem como explicar as promessas, porque tem quatro mandatos que você deu a ele e ele não cumpriu, e nem denúncia de corrupção".

D?Ávila aproveitou a deixa da "charada" de Soraya para criticar o orçamento secreto do governo Bolsonaro. "O que a senhora declara aqui é o Brasil que não tem noção das suas prioridades. A prioridade é a merenda, é a Farmácia Popular, e tudo isso se perdeu no que se chama de orçamento secreto. Uma excrescência que, sim, conta com o peso do Congresso Nacional e do presidente da República. É uma vergonha", disse.

Bolsonaro (PL), chegou a se desvencilhar do chamado "orçamento secreto" no terceiro bloco do debate. "Orçamento secreto eu vetei e o Congresso derrubou o veto, eu não tenho acesso ao orçamento secreto. Esse dinheiro, R$ 18 bilhões, seria muito melhor distribuído para outras áreas do governo. Eu não sei para onde vai o dinheiro desse tal de orçamento secreto". 

Felipe D?Avila questionou Bolsonaro sobre denúncias contra seu governo, insistindo na tese de que não extinguiu a corrupção em sua gestão. "Nós tiramos a corrupção das manchetes. Três anos e oito meses e você não vê escândalo de corrupção no meu governo. Quando acusam, teve uma CPI fajuta no Senado, são só suposições", indagou.

Em outra afirmação, Bolsonaro também disse que não há indicações de partidos em seu governo. "Nós não aceitamos indicações político-partidárias para ministérios, Caixa Econômica, Banco do Brasil e estatais. Nós não temos corrupção". O principal ministro do governo, Ciro Nogueira, à frente da Casa Civil, é o manda-chuva do PP.

Outro momento de destaque foi o embate entre Simone Tebet (MDB) e Padre Kelmon (PTB) sobre a descriminalização do aborto e a questionou sobre ser feminista. "Eu sou contra o aborto, porque sou católica e cristã. Isso não me faz menos feminista. Eu defendo a vida. O feminismo no Brasil precisa ser entendido, não como uma pauta de esquerda, mas uma pauta cristã". 

Último Bloco 

No último bloco do debate, Bolsonaro aproveitou a pergunta sobre incentivar o ódio para falar sobre o homem que matou a ex-esposa e tem tatuagem de Luiz Inácio Lula da Silva. Kelmon voltou a defender o atual presidente e disse que o debate era "cinco contra dois".

Considerações finais 

Em suas considerações finais, Soraya Thronicke (União) criticou a discussão sobre voto útil e falou sobre a "utilidade do voto", que seria "mudar o Brasil" Com referências a escândalos de corrupção ligados a Lula e Bolsonaro, afirmou que "não suportamos mais petrolão, mensalão, nem rachadinhas". 

Simone Tebet (MDB) afirmou que o Brasil "precisa de mudança de verdade" e que "o país não aguenta e não suportaria mais quatro anos dessa discussão ideológica, dessa briga, dessas mentiras".

Luiz Felipe D"Ávila (Novo) comentou a política econômica do governo Bolsonaro. Disse que "não tem nada de liberal" e que não houve privatizações e abertura da economia.

Defendeu também a proteção ao meio ambiente para defesa do "agro sustentável".

Bolsonaro (PL) disse, em suas considerações finais, que o Auxílio Brasil é pago para 21 milhões de famílias. Disse que "diminuiu" o preço da gasolina, anistiou dívidas do Fies e que seu governo tem um "carinho especial para com os mais necessitados". 

EM ATUALIZAÇÃO...

 

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