"E minha dignidade, como é que fica?", questionou

Da Redação

O homem que passou 24 horas preso, na Zona da Mata pernambucana, por ter o nome parecido com o de um suspeito de estupro de vulnerável em Tocantins tenta se recuperar do trauma. Neste domingo (20), Gilmar Mariano da Silva Souza, de 47 anos, disse que ainda não conseguiu se alimentar direito.

O Auxiliar de serviços gerais, Gilmar Mariano foi preso em Ferreiros, na Zona da Mata, onde vive com a família. Na sexta (18), equipes da polícia pernambucana cumpriram um mandado de captura expedido pela Justiça da comarca de Colinas do Tocantins.

Ele ficou preso em uma cela na delegacia de Nazaré da Mata, na Zona da Mata pernambucana, onde funciona o plantão de fim de semana.

No sábado (19), após a audiência de custódia, na mesma cidade, a Justiça pernambucana determinou a libertação dele.

O magistrado de plantão afirmou no texto do alvará de soltura que “a pessoa apresentada na audiência de custódia não se trata daquela a que se busca prender”.

Entenda

Advogado de Gilmar Mariano, Gilderson Correia informou que o erro partiu da Justiça do Tocantins, que cumpriu o mandado contra o seu cliente, mesmo com diferença no nome dele em relação ao do suspeito de ter praticado o crime.

“O Gilmar daqui de Pernambuco tem Mariano no nome. O suspeito do estupro de vulnerável em Tocantins não é Gilmar Mariano. Além disso, a mãe do Gilmar de Pernambuco tem Souza, com z, enquanto a mãe do outro Gilmar tem Sousa, com s. As duas têm o mesmo nome, que Maria da Conceição”, declarou.

Ao determinar a libertação de Gilmar mariano, o juiz Iarly Holanda de Souza escreveu: “São pessoas de nome similares, contudo, diferem no nome Mariano, no nome do pai, no RG e CPF, data de nascimento e naturalidade”.

Neste domingo, Gilmar mariano foi até o escritório do advogado para falar sobre um possível pedido de indenização ao Judiciário de Tocantins. “É importante que isso aconteça né”, afirmou, em entrevista ao g1.

Para o auxiliar de serviços gerais, algo deve ser feito para reparar o engano e o trauma. “É muito triste ser acusado de algo que não fez. Nunca estive em Tocantins. Morei em São Paulo durante seis meses, há mais de 20 anos, e voltei para Pernambuco. Não aguentava o frio de lá”, afirmou.

Gilmar mariano tem dois filhos e netos. Em casa, ele falou sobre o sentimento de ter sido alvo de um engano.

“Os policiais só disseram para a gente ir até o fórum e depois para a delegacia. Não checaram nada. Fiquei em uma cela com muito fedor e sem água e comida”, relatou.

O pernambucano disse que ao receber a notícia da libertação, ficou muito emocionado. “Ajoelhei e agradeci muito a Deus, ao advogado e ao juiz, que entendeu que tudo aquilo estava errado”, declarou.

Agora, Gilmar pretende voltar ao trabalho e retomar a vida normal, ao lado da família. “Não desejo isso para ninguém”, acrescentou.

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