Ex-prefeito e candidato a vereador revela esquema de suborno em hotel da capital, envolvendo ameaças e ofertas financeiras para retirada de candidaturas. Polícia Federal já investiga o caso.

Redação I Fernanda Cappellesso

Na última terça-feira, 10 de setembro, Carlos Amastha, ex-prefeito de Palmas e candidato a vereador pelo PSB, fez uma grave denúncia à Polícia Federal (PF). Segundo Amastha, um homem vindo do Rio de Janeiro estaria hospedado em um hotel na capital do Tocantins com o objetivo de comprar a desistência de candidatos ao Legislativo municipal. A ação envolvia não apenas a oferta de dinheiro, mas também ameaças diretas aos postulantes, conforme relatado pelo candidato.

Ação suspeita e tentativa de abordagem

De acordo com Amastha, ele foi alertado por candidatos de que estavam sendo convidados para reuniões em um hotel de Palmas, onde o objetivo era convencê-los a desistir da disputa eleitoral em troca de vantagens financeiras. "Nunca vi isso ocorrer numa eleição de Palmas", afirmou Amastha. Segundo ele, as tentativas de compra envolviam não só membros do PSB, mas também do Podemos e PSDB, partidos com forte representação na corrida eleitoral.

Entrevista exclusiva ao Diário Tocantinense

Em entrevista exclusiva ao Diário Tocantinense, Amastha detalhou o ocorrido. "Os candidatos me informaram que estavam sendo convidados a participar de uma reunião nesse Hotel Estrela, e o objetivo era oferecer uma quantia em dinheiro para que desistissem da candidatura. E mais, eles ainda eram pressionados a levar outras pessoas para desistirem também", relatou o ex-prefeito. Amastha explicou que, ao tomar conhecimento da situação, dirigiu-se ao hotel na tentativa de confrontar o suspeito. No entanto, o homem teria se escondido ao saber de sua presença.

"Mandaram uma viatura lá, pegaram todos os dados do sujeito. É claro que ele já tinha se escondido, não apareceu. Mas a Polícia Federal tem todos os instrumentos com os dados dele, todo o depoimento que dei, com todas as informações que passei. Com certeza, a polícia tem o necessário para chegar nele e no mandante. Não posso dizer quem foi, porque isso depende da investigação, mas sabemos exatamente de quem estamos falando", disse Amastha, reforçando a gravidade da situação.

Polícia Federal envolvida

Após a tentativa frustrada de abordagem, Amastha registrou denúncia na PF, onde prestou depoimento por mais de três horas. "A Polícia Federal tomou a atitude na hora. Eles têm todos os dados necessários para identificar o suspeito e verificar as imagens das câmeras de segurança do hotel", afirmou o candidato.

A Polícia Federal, até o momento, não divulgou detalhes sobre a identidade do suspeito. Amastha destacou que este tipo de ação não pode ser tolerada, pois compromete o processo democrático da cidade. "Palmas não está à venda, e a obrigação de todos é não calar. Tem que denunciar", enfatizou o ex-prefeito.

Desdobramentos e apelo à integridade eleitoral

Amastha declarou que, até agora, nenhum dos candidatos do PSB aceitou as ofertas de suborno. Ele fez um apelo para que outras candidaturas que tenham sofrido tentativas semelhantes de manipulação denunciem essas ações. "Isso não é política, isso é bandidagem", afirmou em vídeo logo após sair da Polícia Federal.

O clima eleitoral em Palmas tem se tornado cada vez mais tenso à medida que as eleições municipais se aproximam. A expectativa é que as investigações da Polícia Federal avancem rapidamente para garantir que o processo eleitoral siga de forma limpa e justa. A denúncia de Amastha serve como um alerta sobre os desafios que a democracia enfrenta, especialmente em contextos de corrupção e coação.

Agora, a atenção se volta para os próximos passos das autoridades na investigação e na responsabilização dos envolvidos, reforçando o compromisso com a lisura do pleito eleitoral em Palmas.

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