Mais da metade dos focos atingiram a Amazônia, enquanto ações no Tocantins reduzem área queimada em 40%

Redação | Thiago Alonso

De acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram registrados 17.182 focos de incêndio em todo o país nos quatro primeiros meses de 2024, o que representa uma alta de 81% em relação ao mesmo período no ano passado (9.473).

A Amazônia é o bioma mais afetado pelos incêndios, respondendo por mais da metade (52,2%) dos focos entre janeiro e abril deste ano, com quase 9 mil registros. No Cerrado, os dados do INPE indicam a ocorrência de 4.575 focos, cerca de 26% do total nacional para o período. Mata Atlântica (10,3%), Caatinga (6,6%), Pantanal (3,6%) e Pampa (0,5%) fecham a lista.

Já no Tocantins, um relatório do Ministério Público, executado pelo Laboratório de Geotecnologias do Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma), revelou que, em 2023, 45% das áreas queimadas no estado afetaram terras indígenas e unidades de conservação do Estado.

O Parque Nacional do Araguaia foi gravemente afetado, com 104.377 hectares queimados, abrangendo áreas em Pium e Lagoa da Confusão, além de terras indígenas na mesma região. Mais de 1,3 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo entre julho e outubro do ano passado, uma redução de 42% em comparação ao ano anterior. O relatório identificou 254 cicatrizes de queimadas, abrangendo 130 municípios e destacando a necessidade de ações preventivas e de fiscalização.

No geral, o levantamento apontou que o Tocantins teve mais de 1,3 milhão de hectares queimados (equivalente a um milhão e 828 mil campos de futebol) entre 29 de julho e 16 de outubro de 2023.

Ações buscam reduzir incidência de queimadas

Graças às iniciativas de prevenção e controle, o Tocantins reduziu sua posição no ranking nacional de queimadas, caindo da 5ª para a 7ª posição em 2023. A área queimada diminuiu em 40%, refletindo esforços significativos na gestão de incêndios florestais e na aplicação de medidas de fiscalização.

Em abril, o Governo do Tocantins iniciou o projeto "Foco no Fogo 2024" para prevenir queimadas ilegais. Com a participação de 32 instituições, o projeto incluiu carreatas e blitz educativas em Palmas, visando sensibilizar a população e promover práticas seguras durante o período de estiagem.

Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins deu início ao Curso de Formação de Brigadista Florestal (CFBF), atendendo a uma determinação do governador Wanderlei Barbosa. O programa visa combater as queimadas urbanas e florestais em todas as regiões do estado, distribuindo um total de 80 vagas entre diferentes quartéis.

Ao todo, serão formados 80 brigadistas em contratos temporários e voluntários, com remuneração baseada nos dias trabalhados nas unidades operacionais conforme escalas preestabelecidas. Palmas lidera com 26 vagas, seguida pela 2ª Companhia em Taquaralto e pelo Distrito de Taquaruçu, enquanto Araguaína, Gurupi, Paraíso, Porto Nacional, Colinas, Araguatins, Dianópolis e Guaraí também receberão contingentes específicos.

Junho já bate recordes (negativos)

O Pantanal registrou o maior número de focos de incêndio para o mês de junho desde 1998, quando o índice começou a ser contabilizado pelo Inpe. Até a última terça-feira (11), foram 489 alertas de fogo no bioma. O valor representa uma alta de 1.037% frente ao dado de 2022, que contou com 43 focos do tipo no mesmo intervalo de tempo.

Os dados estão reunidos na plataforma BDQueimadas, alimentada com informações de satélites do Inpe. De acordo com a plataforma, o recorde anterior era de junho de 2005. O período contabilizou 188 focos de incêndio no bioma.

O 1º semestre de 2024 já registrou 1.388 focos de queimada na região, uma alta de 943% com relação aos 133 pontos do 1º semestre de 2023. Trata-se do 3º maior número da série histórica, atrás apenas do 1º semestre de 2020 (2.180) e 2009 (2.021).

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