A crise diplomática teve início com declaração de Lula em que comparou guerra ao Holocausto. Israel pede retratação

Redação

Brasil e Israel resolveram escalar a crise diplomática deflagrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo, 18, ao comparar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto. Após o ocorrido, o governo de Benjamin Netanyahu fez uma reprimenda ao embaixador brasileiro Frederico Meyer, sediado em Tel Aviv, e declarou o chefe do Executivo persona non grata.

Em resposta, Lula convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para uma reunião com o chanceler Mauro Vieira e chamou Meyer de volta ao Brasil para "consultas". O ato é considerado um forte sinal de descontentamento com Israel, e um dos passos que pode levar ao rompimento das relações.

Em virtude das falas do presidente brasileiro, o chanceler israelense, Israel Katz, mudou o local da reunião com Meyer para o Museu do Holocausto, quebrando o protocolo diplomático ? o comum é que esse tipo de encontro ocorra na sede do ministério. Logo depois, em coletiva de imprensa, Katz declarou Lula "persona non grata".

"Não perdoaremos e não esqueceremos ? em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel. Informei ao presidente Lula que ele é uma personalidade indesejável em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras", disse o ministro israelense, em uma postagem nas redes sociais.

Durante o dia, integrantes do governo brasileiro saíram em defesa de Lula e, junto ao Itamaraty, discutiram a melhor forma de responder à investida israelense. Há, tanto no governo quanto na diplomacia, o entendimento de que Lula pecou nas declarações dadas na Etiópia. Porém, a reação do governo de Netanyahu foi vista como "um show", que reduziu drasticamente a disposição do presidente brasileiro de pedir desculpas.

Depois de ser declarado persona non grata, Lula convocou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada para decidir o que fazer. Entre os presentes, estavam o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ex-chanceler; e os ministros da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.




 

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