Em campanha do Sindicato, Delegado expõe dificuldades enfrentadas, o que inclui não ter sequer um clips de papel

Da Redação

É sempre mencionada a situação das delegacias que, em geral, não possuem estrutura ou quadro de servidores adequado, mas o relato do Delegado-Chefe da 94ª DP de Peixe e da 95ª DP de São Valério da Natividade, Delegado João Paulo Ribeiro, detalha uma situação que merece ser mostrada. 

Em 2019, o Decreto Nº 5.979 do Governo do Estado, tornou a unidade policial de São Valério da Natividade (TO) em uma Delegacia Circunscricional, o que significa que deveria compor um efetivo com 01 (um) Delegado, 01 (um) Escrivão e 02 (dois) Agentes de Polícia, mas apesar da previsão legal, a unidade nunca foi contemplada por um escrivão, além de se encontrar em um local cedido pela prefeitura, mas que conta com diversos problemas estruturais. Com o mesmo Decreto, a Delegacia do município de Peixe passou a abranger também o município de Jaú do Tocantins, cuja Delegacia fora extinta. 

As condições em Peixe, no entanto, são tão precárias que o Delegado-Chefe relata que “não há sequer um banheiro em condição adequada de uso, os servidores precisam segurar suas necessidades fisiológicas para o final do expediente para fazer suas necessidades em casa. Além disso, não há uma pessoa responsável pela higienização e limpeza do prédio, maior parte dos mobiliários são velhos e não temos sequer uma cadeira em bom estado de conservação. Os armários e as escrivaninhas são móveis descartados de outras instituições e doados para a Secretaria da Segurança Pública. Por não serem padronizados deixam o ambiente desorganizado. Não recebemos nenhum adiantamento financeiro para custear despesas simples e necessárias como a limpeza do pátio, o reparo da rede hidráulica que estoura e a substituição de uma lâmpada queimada. Essas despesas geralmente têm sido rateadas pelos próprios servidores da unidade”, compartilha o Delegado que relata ainda a falta de material básico como “a inexistência de um clips, um grampo ou uma caixa de arquivo”.

Desafios

Apesar disso, o maior desafio, segundo o Delegado, é a desmotivação dos servidores. “A falta de motivação deles também acaba me afetando, principalmente, quando estou diante das dificuldades relacionadas às condições inadequadas de trabalho e o desinteresse pela valorização e reconhecimento do trabalho policial por parte do Poder Executivo. Apesar disso, como líder da equipe, me mantenho maior parte do tempo motivado e tento transmitir essa energia para eles”, relata.

O que fazem os Delegados?

“O Delegado de Polícia no Estado do Tocantins não trabalha em gabinetes confortáveis e a sua atividade não é somente assinar papéis. É um servidor público com uma carga de responsabilidade muito grande”, resume o João Paulo, que conta ainda que sente muito orgulho da profissão. “O orgulho do cargo ocorre toda vez que percebo que o meu trabalho promoveu a justiça, independente da repercussão do crime investigado”.

João Paulo Ribeiro

Delegado de Polícia Civil pelo Estado do Tocantins a pouco mais de dois anos, João Paulo é natural de Torixoréu (MT) e pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal. (Assessoria de imprensa)

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