Segundo o prontuário médico, Briner se queixava de incômodos desde o dia 29 de setembro.

Da Redação

Briner de César Bitencourt, um jovem motoboy de 22 anos, passou um ano atrás das grades, mesmo sendo comprovado que era inocente. Na última semana, ele foi julgado e absolvido, mas morreu no dia em que deveria deixar a prisão.

Bitencourt morava em uma casa, que funcionava como república. Em outubro do ano passado a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima e, sem nenhuma ordem judicial, revistou o imóvel. Em um quarto dos fundos, encontrou dezenas de mudas de maconha e mais 11 quilos da droga dentro de uma caixa de delivery na sala. Ele foi preso em flagrante.

Além de Briner, prenderam mais duas pessoas, que moravam na casa. Na delegacia, Briner negou o envolvimento com tráfico, mas foi preso. Briner vivia em um quarto, sem nenhuma relação com os cômodos onde foram encontradas as drogas.

Enquanto preso, Briner começou a ter problemas de saúde. Segundo o laudo, acessado pelo Fantástico, o primeiro relato foi feito no dia 29 de setembro. No dia 3 de outubro, ele é atendido pela primeira vez na enfermaria da Casa de Prisão Provisória de Palmas. Briner se queixa de náuseas e vômitos. No dia seguinte, ele retorna, com mais sintomas. Ele volta no dia seis, uma quinta-feira.

Na sexta, o juiz do caso de Briner proferiu a sentença. Às 17h, ele foi absolvido, mas em vez de ser solto em até 24 horas, como manda a lei, ele ficou preso. No domingo, dia 9, às 20h55, ele passou mal. A equipe de plantão registrou que ele estava com dores abdominais e com pressão baixa. Briner foi levado à UPA. Às 4h15 do dia 10 de outubro, na segunda-feira, ele morreu. Às 15h desse mesmo dia, foi expedido o alvará de soltura de Briner, mas era tarde demais.

A família acredita que tenha havido omissão de socorro. O IML de Palmas ainda não concluiu o laudo final sobre a morte de Briner, mas o diretor contou ao programa do Fantástico (Globo) qual foi a causa da morte dele. “Foi uma embolia séptica. Ele teve uma infecção generalizada que evoluiu com a embolia séptica. O coração dele não conseguiu fazer o bombeamento adequado para os órgãos dele, e ele acabou vindo a óbito”, destacou Eduardo Godinho, médico legista e diretor-geral do ILM Tocantins.

Até o momento, o que não se sabe é a real causa da infecção generalizada, resposta que depende de outros exames.

Em nota, a Secretaria da Cidadania e Justiça do Tocantins disse lamentar profundamente o falecimento de Briner, e que uma sindicância irá apurar o que aconteceu. Também informou que criará uma comissão para reavaliar os protocolos de comunicação às famílias.

 

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