A Corte analisa a suposta prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022.

Da Redação

Iniciou nesta quinta-feira, 22, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), apresentada pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista), que pede a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e do general Braga Netto, candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República nas Eleições 2022.

A Corte analisa o processo que pede a declaração inelegível de Bolsonaro e Braga Netto por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022.  

Bolsonaro é acusado de violar o princípio da isonomia entre as candidaturas a presidente, configurando abuso do poder político o fato de a reunião ter ocorrido na residência oficial da Presidência da República e ter sido organizada por meio do aparato oficial do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Na reunião, o então chefe do Poder Executivo prestou aos embaixadores de países estrangeiros informações falsas sobre a urna eleitoral e atacou o sistema eleitoral brasileiro. 

Defesa de Bolsonaro 

Segundo nota do G1, o advogado de Jair Bolsonaro, Tarcísio Vieira, reconheceu que o ex-presidente pode ter utilizado um tom "inadequado", "ácido" e "excessivamente contundente" no que chamou de "colocações" de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral brasileiro, na reunião em questão. 

"Está em julgamento a reunião com os embaixadores havida muito antes do início do período eleitoral e das eleições, em julho de 2022. Em que o presidente, sim, talvez em um tom inadequado, ácido, excessivamente contundente fez colocações sobre o sistema eleitoral brasileiro, sobre aprimoramentos necessários do sistema de colheita de votos", afirmou Tarcísio.

Julgamento suspenso

Depois da participação de Tarcísio Vieira, foi a vez do vice-procurador eleitoral Paulo Gonet falar. Ele afirmou que houve abuso de poder político e pediu a inelegibilidade de Bolsonaro.

Na sequência, a sessão foi suspensa. O julgamento será retomado na próxima terça-feira, 27.

Pesquisa de opnião - Genial/Quaest

No campo da opinião pública, a avaliação sobre a inelegibilidade do ex-presidente é mais incerta. Dados da última pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira, 21, apontam que a condenação do ex-presidente pelos ataques às urnas eletrônicas divide opiniões: 47% são favoráveis e 43% contrários; outros 10% não opinaram sobre o tema.

A pesquisa também constatou que, para 80% dos que votaram em Lula no segundo turno, Bolsonaro deveria ser condenado pelas falas sobre fraude nas urnas; os contrários são 12%. Do outro lado, entre os eleitores do ex-presidente, apenas 13% consideram que ele deveria ser condenado e 82% são contra a condenação. Mais interessante ainda, entre quem não votou em 2022 ou preferiu não votar nem em Lula nem em Bolsonaro (branco ou nulo), a maioria (47%) é a favor da condenação. Os contrários somam 33% e 20% não opinaram.

 

 

Espaço aberto

Fala Comunidade

@diariotocantinense
@diariotocantinense2
@dtocantinense2
@diariotocantinense
Comercial
Redação
Grupo no Whatspp