Em entrevista exclusiva ao Diário Tocantinense, ele compartilhou detalhes sobre sua trajetória artística, os desafios que enfrenta para divulgar o Afropop e suas perspectivas para o futuro

Redação I Thiago Alonso

O cantor, compositor e instrumentista Léo Roots, natural de Bangu, no Rio de Janeiro, celebra 15 anos de carreira em 2024. Em entrevista exclusiva ao Diário Tocantinense, ele compartilhou detalhes sobre sua trajetória artística, os desafios que enfrenta para divulgar o Afropop e suas perspectivas para o futuro.

O artista começou sua jornada musical aos 15 anos, incentivado pelo pai, que o matriculou em um conservatório para aprender piano, teclado e violão.

"Meu pai percebeu minha aptidão para a arte quando eu escrevi uma carta para uma colega da escola e comecei a compor", conta Léo. O incentivo paterno foi crucial para que ele seguisse na música, formando a banda de reggae Química Negra, que tinha como inspiração a icônica banda Cidade Negra.

A transição de Léo Roots para o Afropop foi influenciada por uma conversa com o sambista Luiz Rezaforte, que sugeriu o nome artístico "Roots" para representar sua conexão com a religião de matriz africana e seu arquétipo de caçador. "O Luiz me deu um disco do Sepultura com o nome "Roots" e disse que aquele seria meu nome artístico", relembrou.

O Afropop de Léo Roots é uma fusão de reggae, pop, soul e MPB, buscando preservar a brasilidade dos instrumentos e letras. Ele descreve o gênero como uma arte plural que une elementos da musicalidade africana, brasileira e pop, exaltando a ancestralidade.

"Tento fazer uma música que enalteça nosso povo através das letras e instrumentos, como os atabaques", explica.

Apesar de sua dedicação, Léo contou sobre as dificuldades para disseminar o estilo musical no Brasil, onde gêneros como Sertanejo dominam o mercado. "As pessoas não entendem muito bem o que é o Afropop porque não segue o que está em alta no momento", afirma.

Ele também aponta a qualidade da música consumida pelos jovens como um desafio adicional. "Hoje, é comum os jovens escutarem um tipo de música que só empobrece intelectualmente, com letras fúteis. Meu desafio é furar essa bolha", comenta.

Léo Roots lançou recentemente o álbum "Bravun", desenvolvido ao longo de quatro meses com oito músicas compostas por ele mesmo. O álbum combina ritmos como funk, rap, trap, soul e reggae, com uma forte ênfase na ancestralidade. "Para compor meu som, faço uma mistura de música africana, cubana e reggae, junto com a musicalidade brasileira", explica.

Em comemoração aos seus 15 anos de carreira, Léo está levando "Bravun" aos palcos brasileiros em uma turnê que começará na segunda quinzena de março. Os shows contarão com a participação de um DJ e um cenário elaborado com a temática da turnê. As datas e locais das apresentações serão divulgados em breve.

Além da música, o cantor também aborda temas sociais em suas canções. "Ando Pelas Ruas", por exemplo, fala sobre a violência urbana no Brasil e no mundo.

"Eu tento fazer uma música para quebrar algumas barreiras do preconceito tão latente", reflete.

Léo Roots encerra a entrevista expressando seu desejo de conhecer o Tocantins. "Tenho uma vontade de conhecer o Tocantins, porque não existe nada mais bruto que o Tocantins", brinca.

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