A criação da nova pasta é mérito da luta travada pelos povos originários do Tocantins e é motivo de celebração entre essa população

Ester Dutra

Recentemente a estrutura administrativa do Estado do Tocantins passou a contar com três novas secretarias: da Mulher, dos Povos Originários e Tradicionais e da Pesca e Aquicultura. Para assumir a Secretaria dos Povos Originários, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) convidou a indígena tocantinense Narubia Werreria.

A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais tem entre suas funções propor diretrizes para a política estadual de proteção aos povos indígenas e quilombolas do Estado; indicar projetos, articular ações mediadoras, visando à solução dos conflitos sociais; promover e apoiar eventos relacionados com os seus objetivos, incluída a interação cultural, social, econômica e política; além de acompanhar a execução dos convênios voltados ao desenvolvimento do público fim da pasta.

Narubia Werreria, presidente da ONG Instituto Indígena do Tocantins já desenvolve junto a atual gestão do Estado ações voltadas para a luta dos povos originários e tradicionais, assim como para a preservação do meio ambiente. Ela foi a primeira indígena a integrar a delegação do Tocantins na COP-27, que ocorreu em Sharm el-Sheikh, no Egito, onde falou da importância dos povos indígenas para o programa jurisdicional de REDD+ do Tocantins, no estande do Consórcio Amazônia Legal na COP27.

A escolha assertiva do governador em convidar Narubia Werreria, mulher tocantinense, indígena e de luta para assumir a nova Secretaria, fortalece a democracia e dá visibilidade e poder às populações historicamente atacadas. Segundo a indígena Narubia Werreria, a criação da nova pasta é mérito da luta travada pelos povos originários do Tocantins e esse é momento de celebrar e planejar um futuro onde as políticas de educação, saúde, cultura e meio ambiente do Estado valorizem e beneficiem a cultura e história dos povos originários.

“Eu me sinto agraciada com o convite do governador, que recebo como missão de justiça histórica. Peço ao grande espírito sabedoria, humildade e força para honrar os povos originários, a nossa memória ancestral, todas as mulheres indígenas que são tão oprimidas e que, apesar disso, são o baluarte da nossa cultura. Procurarei honrar também as comunidades quilombolas, que são nossos irmãos tradicionais e uma raiz importante do Tocantins. Chegou a nossa vez”, vibrou a ativista indígena.

Ao falar das novas pastas, o governador Wanderlei Barbosa destacou que busca dar mais visibilidade às áreas que entende que terão um papel estratégico na sua gestão. “Em relação aos povos originários e tradicionais, a nova secretaria visa fortalecer as políticas públicas já desenvolvidas pelo o Estado” disse.

No Tocantins, os levantamentos mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) estimam uma população acima de 14 mil indígenas, distribuídos em nove etnias: Karajá, Xambioá, Javaé (que forma o povo Iny) e ainda os Xerente, Apinajè, Krahô, Krahô-Kanela, Avá-Canoeiro (Cara Preta) e Pankararu.

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