A superpotência asiática é nosso principal parceiro comercial.

Da Redação

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chega nesta quarta-feira, 12, à China para uma das mais importantes visitas de Estado do início de seu terceiro mandato, juntamente com uma comitiva com empresários, governadores, senadores, deputados e ministros. 

Segundo o governo federal, o presidente terá uma agenda cheia no país.  A programação inclui visitas oficiais, conversas bilaterais, e assinaturas de diversos acordos. O objetivo do governo brasileiro é relançar as relações com aquele que é o principal parceiro comercial do país desde 2009. 

Parceria Brasil - China 

Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.

Apesar do  adiamento da visita do presidente Lula ao país asiático no fim de março por questões de saúde, parte da comitiva que havia viajado à China conseguiu importantes resultados, especialmente na agricultura e pecuária, como o fim do embargo à venda de carne bovina do Brasil para o país, obtido em tempo recorde, apenas 29 dias de suspensão.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que havia viajado para Pequim antes da comitiva presidencial, cumpriu parte da agenda inicialmente marcada, e trouxe os resultados para o presidente Lula em uma reunião no último dia 4/4. Segundo ele, as autoridades chinesas se mostraram receptivas em todos os encontros, e a ida da comitiva presidencial ao país poderá facilitar a assinatura de novos acordos.

"Tratativas importantes que há muitos anos a gente sonhava devem se concretizar com a presença do presidente Lula na China", destacou o ministro após a reunião. Uma delas é a certificação digital, que deve tornar o trâmite de produtos mais rápido e confiável, diminuindo a burocracia para os exportadores brasileiros. O acordo que prevê a operação direta entre o real e o yuan, a moeda chinesa, sem necessidade de dolarização, também deve facilitar o comércio entre os dois países.

Investimentos 

Outras áreas de destaque na pauta do evento incluem o turismo entre os dois países, e investimentos. Os programas brasileiros de combate à fome, de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável poderão ser vistos novamente como referência pelo governo chinês.

Cerca de 20 acordos bilaterais deverão ser assinados durante a visita. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.

Na China, o presidente Lula viajará acompanhado por uma delegação oficial que inclui os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social) e Juscelino Filho (Comunicações).

A delegação brasileira também inclui os governadores Jerônimo Rodrigues, da Bahia, Elmano de Freitas, do Ceará, Carlos Brandão, do Maranhão, Helder Barbalho, do Pará, e Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte.

Relacionamento entre os países 

A visita faz parte da reconstrução das relações internacionais do novo governo brasileiro, que inclui as viagens já feitas à Argentina, onde também ocorreu a reunião da Celac, ao Uruguai e aos Estados Unidos, além das reuniões com líderes europeus que vieram para a posse em janeiro. Será também a primeira visita fora do hemisfério ocidental.

Esta será a terceira visita oficial do presidente brasileiro à China. A relação entre os dois países se estreitou - e a balança comercial passou a crescer de forma contínua e sustentada - desde 2004, com a primeira visita do presidente Lula a Pequim. A segunda vez foi em 2009.

Histórico

O ano de 2023 é o cinquentenário do início das relações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas sino-brasileiras.

Em 2022, o produto brasileiro mais vendido para o mercado chinês foi a soja, com 36% do total exportado, seguido pelo minério de ferro com 20% e o petróleo com 18%. O perfil da exportação mudou um pouco em janeiro e fevereiro de 2023, com o petróleo na liderança com 23%, seguido pela soja (22%) e o minério de ferro (21%).

O comércio com a China foi alavancado nos dois primeiros mandatos do presidente Lula. Em 2003, seu primeiro ano na presidência, as exportações para o mercado chinês somavam apenas US$ 4,5 bilhões e as importações, US$ 2,1 bilhões, um volume comercial de US$ 6,6 bilhões.

No último ano do segundo mandato, em 2010, as exportações tinham crescido 582%, para US$ 30,7 bilhões, as importações foram para US$ 25,6 (aumento de 1.100%), para um volume comercial de US$ 56,3 bilhões (crescimento de 753%).

Agenda 

 Pela nova programação, a visita da comitiva brasileira à China começa no dia 13, próxima quinta-feira, em Xangai. Pela manhã, o presidente Lula irá participar da cerimônia de posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). À tarde, ele terá encontros com empresários, e à noite viajará para Pequim.

Na sexta-feira, 14/4, a agenda oficial na capital chinesa inclui uma reunião pela manhã com o Presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji, no Grande Palácio do Povo. Depois, o presidente irá depositar flores em uma cerimônia na Praça da Paz Celestial.

À tarde, Lula se encontrará com lideranças sindicais e depois voltará ao Grande Palácio do Povo, onde se reunirá com o Primeiro-Ministro da China, Li Qiang, e depois será recebido em cerimônia oficial pelo presidente Xi Jinping. A programação terá um encontro aberto, uma cerimônia para assinatura de acordos bilaterais e depois um encontro bilateral fechado. Depois disso, haverá uma cerimônia de troca de presentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial.

No retorno ao Brasil, o avião presidencial irá pousar em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial no próximo sábado, 15/4.


 

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