O consumidor tem encarado o mercado dos laticínios com surpresa

Beatriz Costa/Da Redação

A elevação do preço do leite está relacionada com uma sazonalidade que já era esperada, mas também é reflexo de um aumento nos custos de produção devido à alta de commodities como milho e soja, principais insumos para a fabricação de rações animais. 

Essa sazonalidade foi vista nos últimos meses, quando as bacias leiteiras do norte do país sofreram com a seca intensa, devido ao fenômeno climático La Niña, que prejudicou a produção de alimentos – pastagens e grãos. 

“É uma questão de sincronia entre todas as partes do segmento. Começando pelo produtor rural, indo para a indústria e posteriormente na comercialização”, explica o diretor da Map Consultoria e presidente da Câmara Setorial do Leite do Tocantins, Marcos Pitondo.

Em função disso, muitos produtores de leite desistiram da atividade, uma vez que as margens, já apertadas, ficaram ainda menores, resultando em prejuízo para muitos, conforme afirma Pitondo. “Para o produtor os custos de produção aumentaram bastante, e vem aumentando. Isso levou muitos produtores a saírem do segmento, então além de ser um período de entressafra, existe essa saída de produtores da cadeia produtiva do leite. Então se alinharmos a queda na produção e a escassez, que no Tocantins é mais acentuada nesse período, temos os preços subindo como resultado”.

Desta forma o consumidor tem encarado o mercado dos laticínios com surpresa, já que estava acostumado a pagar menos de R$ 4 por tanto tempo, e por hora encontra o litro do leite custando acima dos R$ 7.

Poder de compra 

Este ano, desde janeiro, o leite longa vida ficou 28,5% mais caro, segundo dados do IPCA-15, que mede a inflação até o último dia 15 de junho. Só nos últimos 30 dias, a alta foi de 3,45%, bem acima da média dos alimentos no período, que subiram só 0,25%.

Vai subir?

A analista Jessica Oliver explica que o cenário do mercado internacional, quanto ao fornecimento de grãos e fertilizantes, pode continuar sofrendo com a guerra no leste europeu, além do período de seca que se estende até outubro, o que corrobora com outra possível alta no mercado de laticínios. 

“Não se vê o fim da guerra no leste europeu, a fim de normalizar o fornecimento de grãos e fertilizantes. O período seco do ano vai até outubro e até lá a qualidade das pastagens será baixa, assim como a quantidade produzida. Sendo assim, a expectativa é de mais aumentos no preço do leite pago ao produtor. Consequentemente, os preços no varejo devem acompanhar esse movimento no curto e médio prazo até a reversão do quadro”, explica Oliver. 



 

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